SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A Sabesp informou que finalizou neste domingo (18) as obras de construção de uma alça de acesso na marginal Tietê para aliviar o trânsito causado por uma cratera na pista.

Tráfego nas duas faixas criadas já foi liberado. De acordo com um comunicado da Sabesp, a partir de agora a gestão do tráfego será coordenada pelos órgãos de trânsito. A medida tem caráter de urgência, pois uma cratera foi aberta na pista central, levando à interdição da via.

O novo acesso vai permanecer ativo durante todo o período das obras na região. A instalação foi realizada pela CCR, concessionária responsável pela marginal Tietê. Os custos ficarão a cargo da Sabesp, porque a cratera abriu devido a uma sobrecarga na rede de esgoto.

COMO FICA O TRÂNSITO NA REGIÃO?

O novo acesso foi aberto na altura da ponte Atílio Fontana, sentido Castello Branco. Segundo a Sabesp, a alça foi aberta no canteiro central e permite que o motorista vá da pista local à pista central da Marginal Tietê.

Obra para fechar cratera tem previsão de durar um mês. Segundo a Sabesp, “a marginal será parcialmente liberada tão logo seja possível e seguro para todos”.

SABESP DIZ QUE POPULAÇÃO É RESPONSÁVEL

“Uso incorreto da rede de esgoto pelos moradores teria causado a cratera.” A afirmação é do diretor de engenharia da Sabesp, Roberval Tavares, à reportagem.

Solapamento ocorreu devido a uma fissura na caixa de inspeção de um interceptor de esgoto. A estrutura, que fica a 18 metros de profundidade, é responsável por levar o resíduo produzido na região norte de São Paulo para ser tratado na estação de Barueri.

Companhia alega que pressão da água da chuva, que não deveria estar na rede, contribuiu para o dano na caixa. ”Os dois eventos aconteceram sempre quando estava chovendo. Isso é um indicativo de que havia presença muito forte de água de chuva na rede de esgoto e isso não pode acontecer”, explicou Roberval.

Água da chuva teria entrado no sistema de esgoto por erro da população, falou o diretor. Roberval argumenta que, em muitas casas, a água da chuva é direcionada para a rede de escoamento de esgoto, quando deveria ir para o sistema de drenagem e ter um destino separado.

Após uma manutenção ”corretiva” há 30 dias, a companhia fará obras para substituir a caixa danificada. Na ocorrência anterior, foi feita uma restauração na rachadura pensando em uma solução a curto prazo. Desta vez, a estrutura será substituída por uma nova e um poço de visita também será construído.

Especialista ouvido pela reportagem afirma que argumento apresentado é ”desculpa inovadora e inventiva”. Para Amauri Pollachi, especialista em Planejamento e Gestão do Território e coordenador do Ondas (Observatório Nacional dos Direitos à Água e ao Saneamento), os dois sistemas, de água pluvial e de esgoto, deveriam estar separados, mas é esperado que não aconteça completamente na prática. Por isso, não é correto culpas os moradores.

De acordo com Pollachi, a ”mistura” acontece em várias etapas do sistema e não apenas em moradias. Além disso, pontua que a cidade de São Paulo já enfrentou quantidades maiores de chuva em períodos menores: ”E por que não teve rompimento em outras vezes?”.