SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O ex-atleta britânico Bradley Wiggins, 45, vencedor de oito medalhas olímpicas (cinco de ouro, uma de prata e duas de bronze), revelou, em entrevista ao jornal inglês The Observer, que usou cocaína depois de encerrar a carreira, em 2016.

Além de multicampeão olímpico, Wiggins também conquistou o Tour de France. O título veio em 2012, quando ele conquistou o ouro nas Olimpíadas em Londres, na prova estrada contra o relógio.

Bradley Wiggins vai lançar uma biografia ainda em 2025, com o título “The Chain” (“A Corrente”, em tradução livre). A obra vai abordar os problemas pós-carreira, como um divórcio, em 2020, e a falência financeira, em 2024.

“Eu estava usando muita cocaína e tinha um problema muito sério. Meus filhos iam me internar na reabilitação. Eu estava andando na corda bamba. […] Houve momentos em que meu filho achou que eu seria encontrado morto pela manhã. Eu era um viciado em atividade. As pessoas não percebiam. Álcool nunca foi minha praia, porque meu pai era alcoólatra. Então, tive que encontrar outra coisa”, disse Bradley Wiggins.

A recuperação veio no último ano e teve a ver com outro ex-ciclista: Lance Armstrong. Wiggins disse que Armstrong se preocupou com ele por muito tempo e o ajudou muito no período.

Agora, o ciclismo serve como uma terapia para Bradley Wiggins. Nos anos após se aposentar, ele havia deixado de pedalar.

“Aceitei nos últimos 12 meses que, por mais que eu tente afastar isso, sou um ciclista, é a minha vida e sempre fará parte da minha vida, […] Durante anos, eu disse: ‘Não sou mais ciclista’ e tentei me definir como outra coisa. Toda semana havia algo novo que eu ia fazer, fosse remar, tentar ser médico – todos esses planos malucos que eu inventava, sob efeito de alguma substância. No fim das contas, o ciclismo é onde eu encontro mais prazer. É o meu santuário”, completou Bradley Wiggins.