SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ao entrar em campo para enfrentar o Botafogo-BA, pelo Campeonato Baiano Sub-20, o Bahia levou uma faixa em que se lia “Vamos proteger. Game over para os crimes virtuais sexuais contra crianças e adolescentes”. A campanha acontece em referência ao Maio Laranja – hoje é o dia nacional de combate ao abuso e à exploração sexual de crianças e adolescentes.

A ação teve participação do departamento de salvaguarda do clube. O núcleo tem ligação direta com o Grupo City, dono da SAF do Tricolor baiano, e, além de adotar diretrizes globais, também insere no trabalho o contexto local “com o objetivo de prevenir situações de violências e violações de direitos”.

“O perfil socioeconômico dos jovens que estão inseridos em programas de formação esportiva em território nacional é, em si, muito peculiar se comparado a países de fora da América do Sul, por exemplo. O departamento, portanto, se debruça sobre o contexto nacional, o perfil de nossos atletas e profissionais, para o estabelecimento de diretrizes a serem aplicadas localmente, se baseando nas diretrizes internacionais, com o objetivo de prevenir situações de violências e violações de direitos Isabel”, diz Fuchs, gerente de Salvaguarda do Bahia

O processo de implementação do departamento se iniciou em setembro de 2023, meses após a conclusão da venda do departamento de futebol ao City. O grupo comanda diversos clubes ao redor do mundo, como o Manchester City, da Inglaterra, New York City FC, dos Estados Unidos, Montevideo City Torque, do Uruguai, Girona, da Espanha, Mumbai City, da Índia, dentre outros.

“A Convenção das Nações Unidas sobre os Direitos da Criança estrutura a legislação de proteção à criança e adolescente em vários países e nos fornece uma excelente base. No entanto, a interpretação e aplicação disso pode variar de acordo com as leis nacionais e estaduais, e com os regulamentos das diferentes confederações de futebol. Além disso, é importante considerar o contexto cultural no qual nossos programas operam. Estes elementos ajudam a estruturar nossos padrões”, disse Isabel

“Em alguns países, por exemplo, as federações nacionais determinam que todos os clubes de futebol devem ter uma pessoa responsável pela salvaguarda, assim como determinam que os profissionais trabalhando direta e indiretamente com crianças e adolescentes devem realizar treinamentos sobre o tema de proteção, garantia de direitos e prevenção a violência sexual”, completou

O que mais ela falou?

Qual é a importância do departamento de salvaguarda? “O departamento é um instrumento importante para promover o bem-estar e a garantia de direitos de crianças, adolescentes e adultos em situação de vulnerabilidade. Nossa responsabilidade é atender às necessidades de nossos jovens, minimizando os riscos de uma potencial situação de violação de direitos e respondendo de forma apropriada nos casos em que ocorra. Além disso, é importante no processo de capacitação dos profissionais para que eles possam identificar e agir da maneira correta nestes casos”.

Como é o trabalho do departamento? “O Departamento é essencial para qualificar o trabalho de excelência que já é realizado pelos nossos profissionais, que recebem treinamentos periódicos sobre os temas de proteção, garantia de direitos e prevenção a situações de violência contra crianças e adolescentes.

Neste processo formativo, os profissionais passam a entender com mais profundidade suas responsabilidades como educadores ativos destes jovens, visando garantir sua proteção para além dos muros dos centros de treinamentos e arenas esportivas, tratando a todos com respeito, dignidade e garantindo uma abordagem de trabalho centrada na criança e adolescente”.

Ele é usado apenas para casos dentro do clube ou os jogadores também podem denunciar casos que ocorreram fora, em casa, por exemplo? “O Departamento atua em conformidade com o ECA, seguindo os fluxos para acolhimento e encaminhamento de situações de violências aos órgãos responsáveis, independente do contexto em que tenha ocorrido a situação”