SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O técnico Luis Zubeldía exaltou a virada do São Paulo sobre o Grêmio no Morumbis. O treinador disse que nunca sentiu que o São Paulo perderia. E viu esse otimismo também no torcedor.

O Tricolor perdeu Marcos Antônio nos primeiros minutos por lesão e levou 1 a 0 do Grêmio, mas conseguiu a virada no segundo tempo. O treinador ficou feliz com essa superação das adversidades.

Os gols foram marcados por Arboleda e André Silva. A vitória levou o São Paulo ao nono lugar.

“A situação que se vive na tabela é de todos muito perto. Acontece essa situação que em um tempo estamos abaixo, viramos e estamos em nono. Parcialmente em nono. É uma maratona. São 38 jogos, uma maratona. Para não pensar além, penso em etapas, pequenas etapas, objetivos curtos e realizáveis. Ganhar em casa, ganhar do Mirassol, trazer ponto como visitante depois… São pequenos objetivos de coisas realizáveis, sem pensar além. Hoje vi uma boa energia, sabíamos o que estávamos jogando. Tivemos lesão, gol, e eu sentia que viraríamos. Senti o torcedor assim também’, disse Zubeldía, em entrevista coletiva.

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A saída do Pablo Maia no intervalo

“Sobre as modificações no intervalo, o planejamento era que Marcos Antonio, Alisson e Oscar, de características de jogo associado, se movimentassem para encontrar espaços. Planejamento era esse, preservando o Lucca para abrir o campo no segundo tempo. Quando acontecesse a lesão, colocamos o Pablo Maia, mas a melhor opção era descer o Oscar, por isso corrigi no intervalo. Oscar mais pela esquerda nesse jogo era com Marcos e Alisson, pois poderiam mover. Com Pablo Maia mais fixo, de contenção, não era o melhor para o curto espaço que tinham. Tinha cartão amarelo, os indícios do jogo me fizeram trocar como pensei originalmente o jogo. Mexemos, não gosto, mas foi o melhor para virar o jogo”.

Pênalti do André Silva após dois erros na marca da cal

“Eu gosto que os pênaltis sejam batidos pelo centroavante ou, nesse caso, um meia-atacante como Luciano. Ou até quem executa a bola parada, no caso o Oscar. Gosto do centroavante, atacante que faça gols como Luciano ou Lucas Moura ou o 10. Sempre gostei disso. A responsabilidade era do André Silva em primeira instância, depois Oscar ou Luciano para bater. O Luciano não considerava tanto pois o goleiro o conhece. Não queria muito essa situação. Mas qualquer um dos três pode chutar, assim como Lucas e Calleri. Quando não estiveram, foi Ferreirinha”.

Rotina de desfalques

“Podem vir soluções em momentos de dificuldade. Temos que ver o lado positivo das situações adversas. É sentar, estudar, ver possibilidades, fazer o diagnóstico e encontrar soluções. Estmaos competindo. Poderíamos ter mais pontos, estamos classificados na Libertadores, aqui no Brasileirão e Copa do Brasil para fechar essa fase”.

“São quatro finais. Tudo que se fala, de superar momentos difíceis, não serve de nada se não ganharmos como mandante. Terminamos sofrendo, aqui no Brasil é normal, mas vendo pelos números frios, posso errar, mas tivemos 20 finalizações, quatro situações claras contra três. Uma ou duas muito claras. Não sei se estão mal ou se estamos muito bem, mas é difícil que haja tanta diferença estatística. Quem viu o jogo talvez não tenha entendido essa diferença, estatisticamente foi muito grande. Temos que tentar pontuar o máximo possível até a parada”.

Pecar na hora de finalizar

“Não virávamos um jogo há muito tempo… Desde o Náutico, sim, mas no Brasileirão eu não lembro. Creio que é um bom indício. A equipe tem espírito de solidariedade, o torcedor reconhece, nos empurrou também. No momento de dificuldade estamos mais juntos do que nunca. Vamos continuar trabalhando. Se não tivéssemos esses lesionados ou suspensos, alguns jogadores poderiam não aparecer. Fizemos um bom jogo, superamos o rival e poderíamos ter feito mais gols”.

Oscilação

“A situação que se vive na tabela é de todos muito perto. Acontece essa situação que em um tempo estamos abaixo, viramos e estamos em nono. Parcialmente em nono. É uma maratona. São 38 jogos, uma maratona. Para não pensar além, penso em etapas, pequenas etapas, objetivos curtos e realizáveis. Ganhar em casa, ganhar do Mirassol, trazer ponto como visitante depois… São pequenos objetivos de coisas realizáveis, sem pensar além. Hoje vi uma boa energia, sabíamos o que estávamos jogando. Tivemos lesão, gol, e eu sentia que viraríamos. Senti o torcedor assim também”.

Diferença entre o São Paulo do Brasileirão e o das copas

“Brasil tem 12 ou 14 equipes que podem chegar em quartas ou semifinal de Libertadores. A dificuldade é um campeonato interno concorrido, com inversão de equipes, maior até que na Libertadores. É muito mais forte e complicado jogar em nossos torneios domésticos”.

Poupar jogadores contra o Náutico?

“Colocaremos o melhor possível. Vamos ver o desgaste físico. Temos que concluir a classificação. Será difícil, vamos tratar de ganhar para passar nos 180 minutos. Colocaremos o melhor dentro da realidade”.

Lucca

“É a primeira divisão. Falei no Paulistão, se não me engano, sobre a diferença de ser marcado por um jogador de primeira divisão do que ser marcado pelo sub-20. Lucca já é analisado, assim como o Lucas Ferreira. Fazem dupla marcação no Ferreira. Lucca não encontra o mesmo espaço de quando era surpresa, mas tem recurso. Se não podem frear na boa, vão frear por mal, disputa acima, golpe abaixo. O jogador juvenil vai aprendendo. Estamos em um processo mais acelerado, até do que eles imaginavam, tem que ser exponencial para consolidar como profissional. Até agora, os mais experientes dão uma boa fase para trabalharem da melhor maneira e com confiança. É continuar com o pé na terra e saber que, quando acontece dos marcadores, soltar a bola, escolher as disputas”.

Falta de psicólogo

“Temos profissionais em caso de necessidade. Sempre há à disposição. Hoje, antes do jogo, pensei no aquecimento sobre a grande virtude do São Paulo ser a qualidade humana. Falo de quem trabalha no CT, todos mesmo. Todos dependem uns dos outros e nos defendemos. Estamos atentos um ao outro. O presidente passando por todos nós, cozinha, área de imprensa, roupeiros. É uma família. Isso é muito importante para todos nós. Se tem algum problema de confiança, um de todos nós estaremos ao lado e dispostos a ajudar. A qualidade humana que encontrei em São Paulo, em um mundo muito individualista, que trocam treinadores rápidos, tudo muito acelerado… Encontrei o oposto aqui. Encontrei gente disposta a ajudar. Temos muitas pessoas para ajudar os mais jovens. Por mais que tenhamos um profissional, existem coisas biológicas que não podemos controlar. Os jovens passam por situações simplesmente por serem jovens, situações que fazem aprender. Podemos falar, mas eles precisam viver e, vivendo isso, entenderão o que têm que fazer. E graças a Deus estamos em um clube que é uma família”.