CAMPINAS, SP (FOLHAPRESSS) – Subiu para 20 o número de cidades em situação de emergência no Amazonas em razão das cheias que atingem o estado, segundo boletim da Defesa Civil. Outras 37 cidades estão em alerta e três em atenção.
Nova atualização deste sábado (17) mostra um incremento de dois municípios na faixa de emergência, que continha 18 até então. Eles são Jutaí e São Paulo de Olivença, banhados pelos rios Solimões e Jutaí.
Entre os municípios estão também Atalaia do Norte, Apuí, e Japurá. Estima-se que ao menos 49 mil famílias são afetadas pelos níveis elevados dos rios amazonenses, situação que deve perdurar até julho. Cerca de 209 mil pessoas são atingidas diretamente.
O monitoramento hidrometeorológico da Defesa Civil estadual indica os municípios em situação de emergência. Muitos deles já possuem problemas de mobilidade em estradas e rodovias há semanas.
Um dos casos mais delicados é o de Apuí (a 1.098 km de Manaus), que registra alagamentos desde abril. A cidade, cujo acesso se dá pela Transamazônica (BR-230), chegou a ficar ilhada por causa da alta do rio Madeira e tem recebido mantimentos através de órgãos estaduais. O volume do rio chegou a 16,73 metros, o maior nível desde 2014, quando atingiu seu recorde ao ultrapassar 19 metros.
Segundo o governo Wilson Lima (União Brasil) 250 toneladas em cestas básicas, 600 caixas d’água de 500 litros já foram entregues a famílias atingidas.
A capital Manaus se encontra na faixa de alerta no relatório da Defesa Civil. Isso indica que a cidade pode ter registros de alagamentos nas semanas vindouras. Neste caso, a preocupação é com o rio Negro, cujo nível está em 28,21 metros, segundo o monitoramento do Porto de Manaus -a cota de inundação é de 27,50 metros. A preocupação ganha força com o fato de que o rio segue subindo. O maior nível já atingido na história foi de pouco mais de 30 metros.
Também os rios Juruá, Purus e Amazonas são afetados pelas cheias. Nestes, a preocupação maior é com o Juruá, cuja elevação faz com que seis cidades estejam entre as 20 classificadas como emergência.
As cheias contrastam com o cenário avistado nos rios amazonenses até o ano passado. Conforme mostrou a Folha, o Madeira, por exemplo, se transformou em deserto ao atingir o menor nível em meados de setembro último.
Situações similares foram observados nos rios Amazonas e Negro.