RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – Carla Marins, 56, estava afastada da Globo desde 2013, mas agora não está mais. Ela acaba de assinar contrato com a emissora para atuar em “Três Graças”, novela de Aguinaldo Silva que vai substituir “Vale Tudo” a partir de outubro na faixa das 21h.

“Vinha acompanhando a reprise de ‘História de Amor’ (1995-1996) e acendeu aqui no coração um desejo de voltar a trabalhar”, conta ela à reportagem. “Logo em seguida, surgiram notícias sobre a novela e a escolha de elenco da trama do Aguinaldo. Com certeza uma coisa puxou a outra e, para minha sorte, a produção da novela estava na mesma sintonia.”

A atriz diz que ainda sabe pouco sobre a nova personagem, mas está empolgada. “Sei que ela será uma mulher de negócios. Vai se chamar Xênica… Hilário”, adianta, aos risos. “Estou animada porque vou trabalhar mais um vez com o Aguinaldo, que me deu a Judite de ‘Porto dos Milagres’ (2001), outra personagem de que gosto muito na minha carreira. As tramas dele têm muito de realismo fantástico -e eu adoro.”

Apesar de estar há mais de uma década fora da emissora, o rosto de Carla não deixou de ser visto por lá. Como ela mesma lembrou, a reprise de “História de Amor”, um clássico da teledramaturgia, está no ar na faixa vespertina. O papel na trama de Manoel Carlos é considerado por Carla um dos mais importantes de sua trajetória artística.

Sua personagem, Joyce, tinha uma relação conflituosa com a mãe, Helena, interpretada por Regina Duarte, e engravidava sem planejar de um rapaz que a rejeitou após saber da notícia. Na época, a jovem foi odiada por muitos e chegou a ser apontada como um exemplo a não ser seguido.

“Joyce era muito verossímil”, lembra a atriz, que atribui a isso as vezes que foi xingada e que teve sua atenção chamada nas ruas. “Ela é dona de uma força dramática incrível, que me exigia muito como intérprete. Foi um desafio porque eu tinha 27 anos na época e estava fazendo uma menina de 20! Mas o Maneco foi muito feliz na construção da personagem: ele me dava todas as deixas, e eu só mergulhei.”

Carla, que chegou a disputar com Narjara Turetta, o papel da menina Elisa no cultuado seriado “Malu Mulher” (1979), deixou a Globo em 2009, após 22 anos de trabalho na emissora, para interpretar Serafina Rosa, protagonista da novela “Uma Rosa com Amor” (2010), do SBT.

“Na época, não era muito comum trocar de emissoras, né?”, comenta a atriz. “Mas bons personagens me atraem. Não tenho medo de agir e de me lançar nas coisas. Sempre corri atrás e acho que a vida me treinou um pouco para ser assim.”

Ela ainda voltou à Globo no ano seguinte para “Morde e Assopra” (2011) e integrou o elenco de “Malhação: Intensa como a Vida” (2012-2013) antes de ir viver outros papéis em séries e em tramas bíblicas da Record. A última delas foi “Gênesis”, em 2021. Desde então, a atriz é cobrada pelos fãs de seu retorno à TV.

Casada há 20 anos com o personal trainer Hugo Baltazar, 45, e mãe de Leon, 16, Carla comenta que acha estranho quando as pessoas dizem que ela abandonou a carreira por um tempo. “Na verdade, eu desacelerei e busquei projetos mais curtos porque quis vivenciar a maternidade aos 40 anos sem me dividir tanto”, esclarece.

Nesse tempo longe da telinha, a atriz conta ter se formado em teoria de teatro e feito vários cursos. “Acredito ter adquirido autoconhecimento, autoregulação e um sentimento de pertencimento com o mundo que me cerca”, afirma.