SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Prestes a deixar o Real Madrid, Carlo Ancelotti tem outro problema para resolver além de recolocar a seleção brasileira nos eixos. Fora das quatro linhas, o técnico italiano responde por fraude fiscal na Espanha.

O Ministério Público da Espanha pede quatro anos e nove meses de prisão para Carlo Ancelotti. Ele é acusado de dois crimes contra a Fazenda Pública por não declarar rendimentos provenientes de seus direitos de imagem em 2014 e 2015, durante a sua primeira passagem pelo Real Madrid. A fraude chegaria a mais de um milhão de euros (R$ 6,28 milhões na cotação atual).

O agora treinador da seleção brasileira é acusado de transferir seus direitos de imagem para entidades sem atividade real e domiciliadas fora de Espanha. Para a promotoria, a ação que buscaria evitar o pagamento de impostos sobre esses rendimentos. Ele também teria omitido nas suas declarações a titularidade de dois imóveis localizados fora da Espanha.

O promotor do MP diz que Ancelotti “alega uma ignorância que dificilmente pode ser acolhida”. “Entendemos que concorrem os fatos de fraude, ocultação e omissão”, completa. Já o advogado do técnico, Carlos Zabala, afirma que seu cliente “não tinha muita clareza do que estava assinando”. Ele ainda acusa a Justiça de querer submeter o treinador ao “ridículo público”.

O técnico Carlo Ancelotti afirma ser inocente, nega as acusações e diz ter sido aconselhado pelo clube a estruturar o salário dessa forma. Ele prestou depoimento no tribunal no começo de abril, mas o MP manteve o pedido de prisão. Agora, a solicitação da promotoria precisa da análise de um juiz.

Mesmo que Ancelotti seja condenado, este tipo de caso, na prática, dificilmente termina com prisão efetiva do acusado. Mesmo sem acordo com o Ministério Público, o pagamento antecipado da dívida implica uma redução da pena que permite a sua suspensão.

Ancelotti chega ao Brasil no dia 26 de maio, quando dá início ao seu trabalho sob o comando da seleção. Já em seu primeiro dia no cargo, ele fará a convocação para os duelos contra Equador e Paraguai, nos dias 6 e 9 de junho, pelas Eliminatórias da Copa do Mundo de 2026. A convocação será feita a partir de uma pré-lista, elaborada por Juan e Rodrigo Caetano.