SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – “Duster”, a nova série de ação da Max, acompanha a improvável aliança entre um motorista de fuga da máfia, Jim (Josh Holloway), e a agente Nina (Rachel Hilson), que na trama é a primeira mulher negra a integrar o FBI. A série mergulha no crime organizado dos anos 1970 com uma abordagem que mistura ação, drama policial e pitadas de humor.

A construção desse universo começa com uma imagem visual marcante: um telefone tocando no deserto e um carro antigo se aproximando. O modelo escolhido -um Plymouth Duster, que dá nome à produção- carrega simbolismo e estilo. “Queríamos algo icônico, que fizesse parte da atmosfera dos personagem”, conta a diretora LaToya Morgan à reportagem. “O Duster representa esse espírito livre, meio sujo, meio rebelde.”

Para Rachel Hilson, dar vida a Nina foi um desafio carregado de emoção, resistência e peso político. A série assume liberdades criativas ao ambientar a trama em 1970 -época em que, na vida real, o FBI ainda não admitia mulheres-, mas a atriz destaca que essa escolha serviu para aprofundar a narrativa e fortalecer a trajetória da personagem até os episódios finais.

“Ela entra sabendo o que o polícia faz com a nossa comunidade, com as pessoas negras e, mesmo assim, ela escolhe estar ali. É sobre justiça, é sobre missão, não sobre aceitação”, afirma Hilson. “Minha personagem vai estar sempre cercada de homens brancos que querem vê-la falhar. Isso me lembrou muito as mulheres da minha família.”

Hilson contou com a consultoria de Jerry Williams, ex-agente negra do FBI, para compreender o contexto da época. A experiência, segundo a atriz, foi essencial para uma boa atuação. “A Jerry viveu isso. A Nina vai carregar histórias pesadas mas de forma sutil e poderosa”, avalia.

Já Josh Holloway, que ficou famoso como o Sawyer de “Lost” (2004-2010), interpreta Jim, um criminoso de passado obscuro e moral bastante questionável. “O Jim passa por coisas terríveis, mas faz parecer que nada o afeta”, comenta.

“Ele tem uma leveza que desarma as pessoas ao redor”, diz o ator. “A vida dele pode estar desmoronando e você vai encontrar ele sorrindo para as pessoas. Isso o torna mais perigoso e, ao mesmo tempo, humano.”

O personagem vive um arco de mudança à medida que cresce seu envolvimento com Nina, a quem inicialmente ele tenta apenas manipular. “É como se eles puxassem um ao outro para a luz e para a escuridão. A relação vai se desenrolando à medida que eles se aproximam”, diz Holloway, que garante intensidade para a dupla.

Segundo a diretora LaToya Morgan, a série aposta na imprevisibilidade do roteiro para manter o público intrigado. “Você nunca sabe quem vai aparecer após uma batida na porta. Tem assassinos excêntricos, personagens comediantes e cenas sentimentais. É um pouco Tarantino, um pouco Scorsese, e muito divertido”, define.

Além da tensão e do ritmo acelerado, a obra também aposta no humor e no coração. A equipe explica que a proposta sempre foi construir uma mistura de gêneros, não apenas um thriller ou um drama policial.

Para Hilson, a força da série está na capacidade de mostrar uma mulher negra complexa, vulnerável e decidida no centro de tudo. “Espero que outras mulheres pretas assistam e vejam que podemos ser tudo. Somos potência”, afirma.

“Duster” estreia no dia 15 na Max, com novos episódios lançados semanalmente, sempre às 22h das quintas-feiras. A temporada conta com oito capítulos, e o desfecho está previsto para 3 de julho. O elenco reúne ainda nomes como Keith David, Sydney Elisabeth, Greg Grunberg, Camille Guaty, Asivak Koostachin, Adriana Aluna Martinez e Benjamin Charles Watson.