RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A presidente da Petrobras, Magda Chambriard, afirmou nesta terça-feira (13) que o cenário de queda do preço do petróleo é desafiador e será enfrentado com simplificação de projetos, redução de custos e busca por melhores margens na venda de produtos.
“É hora de apertar os cintos”, afirmou a executiva, em teleconferência com analistas para detalhar o resultado do primeiro trimestre de 2025, quando a empresa lucrou R$ 35,2 bilhões, alta de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior.
O desempenho, porém, foi ajudado pela valorização do real frente ao dólar. Desconsiderando eventos não recorrentes, como a mudança da taxa de câmbio, o lucro da empresa foi de R$ 23,6 bilhões, queda de 12,1% em relação ao primeiro trimestre de 2024.
“O que temos para a frente é mais desafiador ainda. Estamos hoje no segundo trimestre de 2025 com petróleo US$ 65 por barril, uma diferença de praticamente US$ 20 em relação ao primeiro trimestre do ano passado”, afirmou Magda.
“Estamos empenhados em resolver essa questão entregando bons resultados demonstrando muito esforço e muito empenho em prol da disciplina de capital”, completou. Segundo ela, o objetivo é buscar “a maior redução de custos possível”.
Magda afirmou que a queda do petróleo vai exigir “simplificação de projetos, garantia de boas margens de comercialização dos nossos produtos, significativa redução de custos e muita cooperação das diversas áreas da nossa companhia”.
Na apresentação aos acionistas, a Petrobras informou que 98% dos projetos de seu plano de negócios foram aprovados considerando um petróleo a US$ 45 por barril, o que significa que até este limite estariam dando retorno à companhia.
A preocupação no mercado, porém, é com a redução dos dividendos diante da pressão do governo por investimentos que ajudem no esforço do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para reverter a baixa popularidade às vésperas de ano eleitoral.
Segundo a política atual de remuneração da estatal, os acionistas têm direito a 45% do fluxo de caixa livre, ou seja, o dinheiro que restou após o pagamento de custos e investimentos. Pelo resultado do primeiro trimestre, a empresa anunciou a distribuição de R$ 11,7 bilhões, dentro das expectativas.
“Fiquem tranquilos”, afirmou Magda aos acionistas nesta terça, “estamos endereçando a redução de custos em prol de um cenário desafiador, com os melhores resultados possíveis para nossos investidores, sejam eles governamentais ou privados”.
Questionado sobre a possibilidade de dividendos extraordinários no ano, o diretor Financeiro da Petrobras, Fernando Melgarejo, disse que qualquer decisão nesse sentido dependeria da posição de caixa da empresa no momento em que for revisar o planejamento estratégico, no fim do ano.