SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – O ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica, que morreu nesta terça-feira (13) aos 89 anos, foi um líder da esquerda e nome respeitado em seu país. Ele manteve suas origens humildes mesmo após alcançar o poder máximo do Uruguai. Veja curiosidades sobre Mujica.

MUJICA FOI FLORICULTOR

A profissão oficial de Mujica era floricultor. Ele se manteve por décadas no Uruguai vendendo flores para feiras e floriculturas, mas seu amor pelas plantas não impediu que ele realizasse outras atividades.

Mesmo quando era senador, ministro e presidente, continuou a cuidar delas em sua chácara no país.

RECUSOU VIAJAR PARA TRATAR CÂNCER

Quando foi diagnosticado com câncer, o Brasil e outros países ofereceram receber Mujica para apoiá-lo em seu tratamento.

O ex-presidente recusou e decidiu seguir com a radioterapia em seu próprio país. Essa informação foi confirmada por sua médica, Raquel Pannone, durante uma coletiva de imprensa, em maio deste ano.

FEZ PARTE DE GUERRILHA

Na década de 1960, ele não só fez parte de movimentos de guerrilha, como foi líder dos Tupamaros, um grupo socialista, maoísta e anarquista. Em 1972, foi preso e tomou seis tiros -algumas dessas balas permaneceram em seu corpo.

Dos 13 anos que ficou encarcerado sob o controle da ditadura, 11 foram em uma solitária. Com a volta da democracia, se dedicou a proteger os pobres.

OFERECEU PALÁCIO

No inverno de 2013, Mujica ofereceu o Palácio Presidencial como abrigo para os sem-teto expostos ao frio. Ele nunca morou lá, sempre se manteve em seu sítio, cuidando de suas flores.

Apesar da oferta, não há registro que o local tenha sido usado para proteger a população de rua.

USAVA UM FUSCA AZUL

Em sua fazenda, ele usava um trator e, em Montevidéu, usava uma lambreta velha.

Seu meio de transporte só melhorou em 2005, quando se tornou ministro. A moto foi embora, dando lugar a um fusca azul modelo 1982. Um grupo árabe chegou a oferecer US$ 1 milhão pelo veículo em 2015. Se vendesse, Mujica doaria o dinheiro.

Mas o fusquinha é considerado um símbolo nacional do Uruguai, e ele desistiu da venda.

SE DESPEDIU EM DISCURSO COMOVENTE

Mujica mostrou saber que seu tempo poderia estar acabando. Por isso, resolveu se despedir de uma maneira delicada durante um discurso no comício do candidato uruguaio que apoiou para a presidência do país, Yamandú Orsi.

“Mas estou feliz porque, quando meus braços acabarem, haverá milhares de braços substituindo a luta. Até sempre, eu dou meu coração”, disse, em outubro de 2024.