
Os fiscais estaduais agropecuários da Agência Goiana de Defesa Agropecuária (Agrodefesa) estão em campo acompanhando o monitoramento da mosca-branca (Bemisia tabaci) e de viroses associadas à cultura do feijoeiro comum em Goiás.
A ação está sendo realizada em 12 municípios com histórico de cultivo de feijão em pelo menos duas safras, como Campo Alegre de Goiás, Água Fria de Goiás, Catalão, Alto Paraíso de Goiás, Ipameri, Cabeceiras, Jataí, Cristalina, Mineiros, Formosa, Rio Verde e São João d’Aliança.
O trabalho, em parceria com a Universidade Federal de Goiás (UFG), Embrapa Arroz e Feijão e Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa), atende a uma das condições estabelecidas após a suspensão temporária do vazio sanitário da cultura do feijão em parte do estado de Goiás.
Dos municípios monitorados, apenas Jataí, Mineiros e Rio Verde mantêm a obrigatoriedade do vazio sanitário. A iniciativa tem como objetivo avaliar os impactos dessa retirada e fornecer dados técnicos que embasem futuras decisões sobre a continuidade ou não da suspensão nos demais municípios.
Segundo o gerente de Sanidade Vegetal da Agrodefesa, Leonardo Macedo, a mosca-branca é uma das principais ameaças à cultura do feijoeiro e exige atenção redobrada.
“Esse inseto-vetor tem alto potencial de causar danos diretos, como a sucção da seiva e inoculação de toxinas, e também prejuízos indiretos, sendo o principal deles a transmissão de viroses como o mosaico dourado. Essas doenças comprometem o desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta, impactando diretamente na produtividade e na qualidade dos grãos”, explica.
De acordo com ele, a presença da mosca-branca em altas populações pode levar à perda quase total da lavoura.
“Por isso, mesmo com a suspensão temporária do vazio sanitário em alguns municípios, é essencial que os produtores adotem as medidas fitossanitárias recomendadas. Estamos monitorando de perto para garantir a sustentabilidade da produção e a sanidade da cultura em Goiás”, afirma Leonardo Macedo.
O coordenador do Programa de Grandes Culturas da Agrodefesa, Mário Sérgio de Oliveira, destaca que a metodologia do monitoramento segue rigoroso protocolo técnico desenvolvido pela Embrapa Arroz e Feijão.
Mosca-branca
A mosca-branca é considerada, desde a década de 1970, uma das pragas mais destrutivas para o feijoeiro comum no Brasil. Além dos danos diretos, o inseto excreta uma substância açucarada que favorece o crescimento de fungos, comprometendo a fotossíntese e a respiração das plantas.
O principal impacto, no entanto, é a capacidade de transmissão de viroses, como o mosaico dourado e o carlavírus, que podem inviabilizar a colheita.
Vazio sanitário do feijão
O vazio sanitário para o feijão foi instituído em Goiás há 10 anos como medida de controle fitossanitário. Em 2024, foi realizado de 20 de setembro e 20 de outubro em 57 municípios, conforme portaria do nº 1.107, de 08 de maio de 2024, do Mapa.
Nos demais, o ministério aceitou a proposta da Agrodefesa de suspensão temporária por dois anos, desde que a agência realize o monitoramento com o objetivo de dar subsídios para avaliar a efetividade da nova divisão e verificar se a retirada da medida em alguns municípios não resultará em mais prejuízos para os produtores de feijão do Estado.
Produção goiana de feijão
A importância da medida também está relacionada à expressividade da cultura no estado. Segundo o Levantamento Sistemático da Produção Agrícola (LSPA), do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), Goiás deve registrar crescimento na produção de feijão em 2025.
A estimativa é de que a terceira safra alcance 243,8 mil toneladas — aumento de 7,7% em relação à safra anterior — consolidando o estado como um dos maiores produtores nacionais do grão, alimento essencial na mesa dos brasileiros.
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Fonte: Agência Cora