SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Em 13 de maio é comemorado o Dia da Abolição da Escravatura no Brasil. Foi nessa data que, em 1888, a princesa Isabel assinou a Lei Áurea. No dia seguinte, centenas de milhares de pessoas que eram submetidas a trabalho forçados no país tiveram a sua liberdade garantida pela legislação.
Mas o Brasil continuou bastante injusto, mesmo após essa mudança, porque não houve grande apoio do governo para incluir essas pessoas na sociedade e dar plenos direitos a elas. Em outras palavras, o preconceito continuou.
Por esse motivo, há muita gente que critica o fato de comemorarmos a luta contra o racismo nessa data. Além do mais, celebrar um ato assinado por uma pessoa branca (a princesa Isabel) também significaria, segundo elas, ignorar o esforço de muitas pessoas negras que lutaram pelo fim dessa exploração.
Muitos ativistas defendem que a verdadeira celebração deve se dar em 20 de novembro, Dia da Consciência Negra, que rememora a morte do líder quilombola Zumbi dos Palmares, que se insurgiu contra a escravidão.
De qualquer forma, a data de 13 de maio é também importante para refletirmos sobre esse período da história brasileira. Veja a seguir museus e fazendas no estado de São Paulo para aprender mais sobre o tema.
CASA DO SÍTIO DA RESSACA
É uma antiga casa de taipa que sobreviveu ao tempo e virou centro de memória da cultura negra. O espaço faz parte da Rede de Memória do Imigrante e recebe exposições, clubes de leitura, oficinas e atividades ligadas à cultura afro-brasileira. É também um lugar de preservação da arquitetura bandeirista, estilo de construções feitas nos séculos 17 e 18 durante as expedições dos bandeirantes.
Museu da Cidade de São Paulo – r. Nadra Raffoul Mokodsi, 3, Jabaquara, região sul de São Paulo.
Tel. (11) 5011-7233. Ter. a dom., das 9h às 20h. Entrada Gratuita
ENGENHO SÃO JORGE DOS ERASMOS
Reúne ruínas de um dos primeiros engenhos de açúcar do Brasil, construído no século 16, quando a produção de açúcar era feita com mão de obra escravizada. O local fica em Santos e conserva parte das estruturas originais de pedra, como muros e fornos. Além da visita às ruínas, o espaço oferece atividades educativas e exposições que ajudam a entender como funcionava um engenho colonial, onde trabalharam muitas pessoas escravizadas. Também dá para observar os pássaros e fazer piquenique.
R. Alan Cíber Pinto, 96, Vila São Jorge, Santos (SP).
Tel. (13) 3203-3901. Ter. a sáb., das 9h às 16h. Entrada gratuita
FAZENDA DOS COQUEIROS
Situada em Bananal (SP), é uma propriedade histórica construída em 1855 que oferece visitas guiadas com foco na história da fazenda e da região. Durante o tour, os visitantes têm acesso a estruturas originais do século 19, como a senzala, um poço que era usado para castigos, além de objetos utilizados no período escravocrata. A fazenda também oferece trilhas pela mata atlântica e degustação de café colonial. As visitas ocorrem mediante agendamento prévio e são conduzidas por monitores especializados.
Rodovia dos Tropeiros, Km 309, Bananal (SP).
Tel. (12) 97405-5717. Qua. a dom, das 10h às 11h30 e das 14h às 15h30. Seg. e ter., das 14h às 15h30.
FAZENDA NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO
Também conhecida como fazenda do café, é um lugar histórico que mostra como era a vida nas antigas fazendas de café no tempo da escravidão. Lá, dá para visitar a casa-grande, a senzala e o museu do café que reúne objetos da época. Para as crianças, há atividades educativas com atores contando histórias, oficinas de arte com grãos, brincadeiras sobre reciclagem e passeios de trenzinho que são cobrados à parte.
R. Antônio Codarin, 751, Mato Dentro, Jundiaí (SP).
Tel. (11) 99744-0898. Sáb., dom. e feriados, das 9h30 às 15h30. Entrada gratuita
FAZENDA MANDAGUAHY
Localizada em Jaú (SP), a fazenda foi fundada em 1858 pela família Almeida Prado. Preservando elementos arquitetônicos e culturais do século 19, o local oferece visitas guiadas que proporcionam aos visitantes uma cápsula da história do Brasil por meio de programas educativos e exposições que falam sobre a escravidão e o ciclo do café.
Rod. Comandante João Ribeiro de Barros, Km 145, s/nº, Jaú (SP).
Tel.(14) 3622-2707. Todas as visitas devem ser agendadas previamente pelo email [email protected]
MUSEU AFRO BRASIL EMANOEL ARAÚJO
No parque do Ibirapuera, o museu conta com mais de 6.000 obras que retratam a cultura africana e afro-brasileira, incluindo temas como escravidão, religião e trabalho. Oferece também exposições temporárias e atividades educativas para crianças.
Av. Pedro Álvares Cabral, s/n, Ibirapuera, região sul, São Paulo.
Tel. (11) 3320-8900. Ter. a dom., das 10h às 17h. Gratuito às quartas-feiras, demais dias R$ 15
SOLAR DA MARQUESA DE SANTOS
Construído no século 18, o casarão foi lar de Domitila de Castro, a marquesa de Santos, conhecida por seu envolvimento com dom Pedro 1º. O prédio preserva elementos da arquitetura colonial e guarda memórias do período escravocrata, já que serviu de residência para a elite no tempo em que a escravidão era comum na cidade. Hoje faz parte do Museu da Cidade de São Paulo e recebe exposições sobre a história paulistana.
R. Roberto Simonsen, 136, centro, São Paulo.
Tel. (11) 3241-1081. Ter. a dom., das 9h às 17h. Entrada gratuita.