SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – As obras para fechar a cratera na marginal Tietê, na altura da ponte Atílio Fontana, na Vila Anastácio, zona oeste de São Paulo, devem durar 30 dias, com a interdição inicial de três faixas da pista central.

Segundo a Sabesp, técnicos da empresa trabalham para alcançar uma solução definitiva para o problema.

A marginal Tietê voltou a ter uma cratera um mês após o aparecimento de um buraco no mesmo lugar. A chuva de sábado (10) à noite provocou novo dano ao sistema de esgoto, de acordo com a Sabesp.

A previsão é que a faixa da direita seja liberada na quarta-feira (14) ao tráfego. Mas isso depende de a chuva não prejudicar a evolução das obras.

“Em conjunto com as autoridades municipais, a companhia fará posteriormente a liberação de uma segunda faixa o quanto antes até a finalização completa da intervenção”, diz nota divulgada pela Sabesp neste domingo (11).

A Sabesp foi acionada na madrugada deste domingo por causa do reaparecimento do buraco. Equipes começaram os trabalhos no local às 5h.

Na nota, a empresa afirmou que os trabalhos são conduzidos com base em critérios de engenharia voltados à durabilidade, desempenho hidráulico e segurança na região afetada. Também pediu desculpas à população.

“Na ocorrência anterior, havia sido feita uma manutenção corretiva do sistema e a liberação simultânea da via, com foco na restauração da normalidade no curto prazo. No entanto, a repetição do evento evidenciou a necessidade de substituição da estrutura existente”, informa a Sabesp.

Roberval Tavares, diretor de Engenharia da Sabesp, disse, em entrevista à TV Globo, que não é possível fazer apenas uma manutenção, como ocorreu em abril.

“Anteriormente, em abril, houve uma fissura numa caixa que nós temos aqui a 18 metros de profundidade. Nós temos um interceptor de esgoto que leva o esgoto para tratamento na ETE Barueri. Houve fissura nessa caixa e nós efetuamos a manutenção. Nós identificamos que agora nós não podemos mais fazer uma manutenção, nós vamos reconstruir a caixa, nós vamos executar um novo poço de visita, novo poço de inspeção, para que o sistema hidráulico funcione melhor do que funcionava antes”, explicou.

O diretor afirmou que as fortes chuvas que atingiram a região causaram o problema.

“O sistema sanitário de esgotamento da Sabesp é um sistema separador absoluto e só pode ter esgoto. Mas, infelizmente, nós temos muitas ligações irregulares de água de chuva junto ao sistema de esgoto, que ocasiona uma sobrecarga no sistema e pode acontecer esse tipo de vazamento”, afirmou.

Durante a manhã, o trânsito ficou muito congestionado na região. A CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) afirmou que registrou 421 km de lentidão na cidade às 8h desta segunda-feira e 479 km na última segunda (5), no mesmo horário. No corredor da marginal Tietê, em ambos os sentidos (Castelo Branco e Ayrton Senna), a lentidão atingiu 12% do total da cidade hoje. Há uma semana, foram 11,29% de vias com lentidão, afirmou.

A CET recomenda que os motoristas evitem, se possível, esse trecho da marginal Tietê enquanto durarem as obras.

Como alternativa, a companhia sugere que os motoristas com destino à rodovia Castelo Branco e à marginal Pinheiros utilizem a região da Lapa, seguindo o trajeto pela ponte da Freguesia do Ó, passando pela avenida Ermano Marchetti, pela rua Nossa Senhora da Lapa, pela rua Pio XI, pela rua Cerro Corá e pela avenida Queiroz Filho até a ponte do Jaguaré.

Outras opções para a marginal Pinheiros e a zona sul, de acordo com a CET, são a ligação Leste/Oeste e o minianel viário.

Em 10 de abril, a cratera havia aparecido após um dia de chuva forte e imagens mostravam água e terra no buraco. Com a interdição da pista, o congestionamento registrado havia chegado à marca de dez quilômetros por volta das 19h30.

Diferentemente da ocorrência de abril, desta vez não houve grandes pancadas de chuva na capital.

Segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências Climáticas da Prefeitura de São Paulo, o volume acumulado deste domingo, até as 7h, foi de 13,2 milímetros.

Questionada duas vezes por meio e sua assessoria de imprensa se haveria alguma punição, como multa, para a Sabesp, a Prefeitura de São Paulo não respondeu.