RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A Petrobras teve lucro de R$ 35,2 bilhões no primeiro trimestre de 2025, alta de 48% em relação ao mesmo período do ano anterior. Pelo desempenho, a companhia anunciou a distribuição de R$ 11,7 bilhões em dividendos aos acionistas.

A queda das cotações internacionais do petróleo a partir de abril, porém, é um ponto de atenção sobre o desempenho da estatal no restante do ano.

No primeiro trimestre, a Petrobras produziu um total de 2,77 milhões de barris de petróleo e gás, praticamente estável em relação ao mesmo trimestre do ano anterior. As vendas de combustíveis da companhia no mercado interno cresceram 2,9%, para 1,69 milhão de barris por dia.

No balanço divulgado nesta segunda-feira (12), a Petrobras diz que atingiu R$ 123,1 bilhões em receitas no primeiro trimestre, alta de 4,6% em relação aos primeiros três meses de 2024. O Ebitda, indicador que mede a geração de caixa subiu 1,7%, para R$ 61,1 bilhões.

O volume de investimentos, que havia sido motivo de preocupações do mercado no fim de 2024, chegou a US$ 4 bilhões, 33,6% acima do primeiro trimestre de 2024. Em relação aos últimos três meses do ano, houve queda de 29,1%.

Naquele período, a empresa apresentou forte alta nos investimentos, alegando que antecipou parcelas de contrato de construção de plataformas de petróleo. Até entender a motivação, analistas temiam que o reforço nos investimentos impactariam dividendos e derrubaram as ações da empresa.

A empresa fechou o quarto trimestre com prejuízo de R$ 17 bilhões, que levou a uma queda de 70% no lucro anual de 2024, para R$ 36,6 bilhões.

“Estamos realizando mais perfurações e interligações de poços e avançando na construção das novas unidades que sustentarão o crescimento da nossa curva de produção. São projetos que geram valor para os nossos acionistas e se traduzirão em receita nos próximos anos”, disse Melgarejo.

O segundo trimestre de 2025 apresenta desafios não só para a estatal, mas para o setor de petróleo como um todo, já que as cotações internacionais foram fortemente afetadas pela guerra comercial dos Estados Unidos contra a China e pela insistência de países exportadores em elevarem produção.

Nesta segunda, o petróleo do tipo Brent, referência internacional negociada em Londres, oscilava em torno dos US$ 65 por barril, 15% mais barato do que a cotação do início do ano. O movimento de queda levou a Petrobras a promover três cortes consecutivos no preço do diesel em suas refinarias.