SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Anunciado na manhã de segunda-feira (12) como novo treinador da seleção brasileira, Carlo Ancelotti não será o primeiro estrangeiro a comandá-la. O italiano de 65 anos passará a fazer parte de uma lista que por enquanto tem um uruguaio, um português e um italiano.
Todos eles tiveram passagens bem breves pelo time nacional. Aquele que passou mais tempo à frente da equipe foi o uruguaio Ramón Platero, comandante do histórico Vasco da Gama de 1923, campeão carioca com camisas negras.
O desempenho no Rio de Janeiro levou Platero à seleção no Sul-Americano de 1924, com quatro partidas disputadas na Argentina. Foram dois jogos contra o Paraguai (vitórias por 5 a 2 e 3 a 1) e dois contra a Argentina (derrota por 4 a 1 e empate por 2 a 2). O Brasil foi vice-campeão.
Vinte anos mais tarde, foi a vez de um português ficar à beira do campo, em parceria com o brasileiro Flávio Costa. Jorge Gomes de Lima, o Joreca, era o técnico do São Paulo e foi o representante do estado paulista. Costa representava o Rio de Janeiro.
Eles dividiram a direção técnica do time em dois amistosos realizados contra o Uruguai, no Rio e em São Paulo, em maio de 1944. No estádio de São Januário, o Brasil goleou por 6 a 1. No Pacaembu, fez 4 a 0, com três gols de Jair da Rosa Pinto.
O adversário também era o Uruguai em 1965, quando o Palmeiras foi chamado a representar a seleção brasileira na inauguração do Mineirão, em Belo Horizonte. O argentino Filpo Núñez era o treinador da formação alviverde, que venceu por 3 a 0.
Agora, Carlo Ancelotti chega para exercer um trabalho mais duradouro. Seu contrato com a CBF (Confederação Brasileira de Futebol) vai até a Copa do Mundo de 2026, com possibilidade de renovação para o ciclo do Mundial de 2030.
Ao fim da última edição da Copa, em dezembro de 2022, pesquisa Datafolha mostrou que 41% dos brasileiros era a favor da contratação de um técnico estrangeiro. O número ainda era inferior aos 48% que se mostravam contrários, porém o levantamento apontava uma queda na rejeição.
Antes do Mundial no Qatar, havia 30% a favor e 54% contra. O fracasso da seleção sob comando do gaúcho Tite, com derrota para a Croácia nas quartas de final, mudou o humor e abriu um pouco mais a porta para, após longa negociação, chegar um italiano.