SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Algumas das principais Bolsas globais estão em forte alta nesta segunda-feira (12) como resultado do acordo comercial entre Estados Unidos e China anunciado na madrugada.
O entendimento, firmado em Genebra durante o fim de semana, prevê uma redução das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos sobre produtos chineses de 145% para 30%, dos quais 10% advêm de uma taxa básica de importação e 20% relacionados ao tráfico da droga fentanil. A China, por sua vez, diminuirá as taxas sobre importações americanas para 10% (são 125% hoje). O país asiático também disse que irá suspender ou cancelar medidas não tarifárias tomadas contra os EUA.
A medida diminuiu as incertezas instaladas pelo tarifaço do presidente Donald Trump no início do mês de abril, aliviando, também, os temores de uma guerra comercial de grande escala.
Em Wall Street, os índices saltavam. Às 11h35, o S&P500, referência do mercado norte-americano, avançava 2,35%. O Nasdaq Composite disparava 3,15% e o Dow Jones, 2,19%.
Na China, as três principais Bolsas fecharam em alta. O índice Hang Seng, de Hong Kong, subiu 2,98%, enquanto o índice de tecnologia ganhou mais de 5%, ambos marcando os maiores saltos em um único dia desde o início de março.
O índice de Xangai (SSEC) teve alta de 0,82%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores companhias listadas em Xangai e Shenzhen, avançou 1,16%.
O iuan se fortaleceu até 7,2001 em relação ao dólar, atingindo o maior valor em seis meses, enquanto sua contraparte offshore subiu mais de 0,5%.
Em Tóquio, o índice Nikkei avançou 0,38%, a 37.644 pontos, enquanto em Seul, o índice KOSPI teve valorização de 1,17%, a 2.607 pontos, e Taiwan, o índice TAIEX registrou alta de 1,03%, a 21.129 pontos.
Seguindo a mesma tendência, as principais Bolsas da Europa também estão em alta. O índice STOXX 600, referência no continente, subia 0,80%, enquanto o FTSE, de Londres, avançava 0,18%. Em Paris, o CAC disparava 1,08%, ao passo que o DAX, da Alemanha, rondava a estabilidade.
“Ambos os países representaram muito bem seus interesses nacionais”, disse o secretário do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, nesta segunda. “Ambos temos interesse em um comércio equilibrado, os Estados Unidos continuarão avançando nessa direção.”
Já o Ministério do Comércio chinês disse que “esta medida atende às expectativas de produtores e consumidores, alinhando-se com os interesses de ambas as nações e o interesse global comum”.
As reuniões em Genebra foram as primeiras interações presenciais entre altos funcionários econômicos dos EUA e da China desde que Donald Trump retornou ao poder e lançou uma ofensiva tarifária global, impondo taxas particularmente pesadas à China.
Desde que assumiu o cargo, em janeiro, Trump havia aumentado as tarifas pagas pelos importadores americanos para produtos da China para 145%, além daquelas que ele impôs a muitos produtos chineses durante seu primeiro mandato e das taxas aplicadas pela administração Biden.
A China revidou impondo restrições à exportação de alguns elementos de terras raras, vitais para fabricantes americanos de armas e produtos eletrônicos de consumo, e aumentando as tarifas sobre produtos americanos para 125%.