SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – A CBF anunciou nesta segunda-feira (12) Carlo Ancelotti como técnico da seleção brasileira. O treinador deixa o Real Madrid para assumir a missão de levar a seleção à Copa do Mundo faltando um ano para o Mundial.

O italiano de 65 anos substitui Dorival Júnior, demitido em março, após a derrota do Brasil para a Argentina, pelas Eliminatórias.

Ancelotti começa sua missão já na próxima semana. E ela é reerguer uma seleção que patinou ao longo de três anos do ciclo de Copa.

Ele se reunirá com Rodrigo Caetano, coordenador geral das seleções, e Juan, coordenador técnico, para definir a lista larga de convocados para os confrontos contra Equador e Paraguai, no próximo mês, nas Eliminatórias da Copa do Mundo.

Segundo a CBF, no dia 26, no Brasil, o técnico anunciará os escolhidos para os jogos em Guayaquil e São Paulo.

“Trazer Carlo Ancelotti para comandar o Brasil é mais do que um movimento estratégico. É uma declaração ao mundo de que estamos determinados a recuperar o lugar mais alto do pódio. Ele é o maior técnico da história e, agora, está à frente da maior seleção do planeta. Juntos, escreveremos novos capítulos gloriosos do futebol brasileiro”, disse Ednaldo Rodrigues, presidente da CBF, ao site da entidade.

O último ato de Ancelotti como técnico do Real Madrid, antes do anúncio da CBF, foi a derrota por 4 a 3 para o Barcelona, que deixou muito difícil a luta pelo título espanhol.

O anúncio do novo técnico da seleção brasileira é importante para a CBF dar uma resposta à crise política que ronda a entidade.

IDAS E VINDAS

A contratação de Ancelotti é a realização de um sonho do presidente Ednaldo Rodrigues.

O UOL contou em dezembro de 2022 que o italiano era o nome preferido para substituir Tite, em uma negociação complexa — diante do vínculo com o Real Madrid que ainda estava vigente.

Naquela tentativa, a CBF quis tanto esperar por Ancelotti que apostou em Ramon Menezes como interino em três amistosos. Depois, a CBF colocou Fernando Diniz em um contrato de um ano, pensando que Ancelotti viria no meio de 2024.

Só que Ednaldo Rodrigues foi afastado da CBF por uma decisão judicial em dezembro de 2023. Quando voltou, em janeiro de 2024, Ancelotti renovou com o Real Madrid até junho de 2026, e Fernando Diniz foi demitido.

Veio a era Dorival, com status de técnico efetivo. O sonho Ancelotti ficaria para outro momento.

Deu tudo errado com Dorival, na Copa América e nas Eliminatórias. Goleada, nova demissão. E agora?

Com o Real Madrid também não engrenando na temporada atual, Ancelotti passou a ser alguém viável novamente. A negociação durou mais de 40 dias. Discussão sobre tempo, sobre quando viria, sobre quem traria.

A CBF deixou em segundo plano outras conversas, como a com Jorge Jesus, então no Al Hilal. Mesmo quando o português foi demitido do clube saudita, não avançou. Preferiu apostar em Ancelotti.

Até que os objetivos do Real Madrid foram todos frustrados. O time, realisticamente, não tem mais chances de título. O casamento na Espanha acabou. Agora, o capítulo é com a seleção brasileira.