RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – Guilherme Fontes, intérprete do inesquecível Alexandre na versão original de ‘A Viagem’, exibida em 1994, relembrou as memórias marcantes da trama, que volta a ser exibida a partir desta segunda-feira (12) em ‘Vale a Pena Ver de Novo’, na Globo.
O ator contou como eram intensas as cenas do “inferno” criado na história adaptada por Ivani Ribeiro. “O inferno da ficção era mesmo um inferno. Muito quente, um calor desgraçado (risos). Era muito bem-feito, um pântano imundo, com fogo em volta, em uma pedreira em Niterói, com todos os efeitos disponíveis na época. Já o céu era bem mais fresquinho, gravávamos em Petrópolis, temperatura amena. Mas sabe que não era tão fácil? O gramado era espinhoso, e a gente só podia andar descalço. Não tem sapato no paraíso”, relembra, entre risos.
Mesmo décadas depois, o personagem Alexandre continua marcando presença na vida do ator. Ele revela que ainda hoje é reconhecido nas ruas e, muitas vezes, provoca reações inusitadas. “Meus filhos dão risada e repassam figurinhas no Whatsapp. Eu faço o mesmo. É engraçado que, até hoje, por onde passo, o público sempre se assusta com minha presença, ou fica nervoso para falar comigo. No carnaval, estive no Sambódromo, e até o segurança da cantora Ludmilla ficou tenso quando me viu. Eu aproveito e faço piada.”
Sobre temas espirituais, Guilherme compartilha sua visão mais voltada à ciência e à energia do que as discussões mais tradicionais de céu e inferno. “As pessoas fazem tanta merda durante a vida que elas acreditam que vão arder no fogo do inferno. E, como não sabem como ele é, correm em busca de uma redenção (risos). Eu tenho formação católica, fui crismado, mas hoje sou apaixonado pela ciência e pelos astros. Não penso em céu e inferno, mas acredito numa energia muito forte que a gente é capaz de emanar, tanto para o bem, quanto para o mal. E, para mim, a melhor frase do catolicismo é: ‘Deus está no meio de nós’. Nisso eu acredito.”
Com a reprise, o ator tem revisitado seu acervo pessoal de fotos e feito postagens nostálgicas nas redes sociais. “Eu me orgulho muito deste trabalho. Estava realmente em um momento inspirado. Por isso, revejo sempre. Mas adoro também ‘Mulheres de areia’. E queria que passassem tramas em que eu me diverti muito, como ‘Bang bang’ e ‘Cordel encantado'”, disse ele, com carinho pela própria trajetória na TV.