BELO HORIZONTE, MG (UOL/FOLHAPRESS) – Autoridades ucranianas acusam a Rússia de realizar um ataque com centenas de drones entre a noite deste domingo (11) e a manhã desta segunda-feira (12), deixando duas pessoas feridas. A ofensiva acontece após a Ucrânia propor um cessar-fogo de 30 dias, que deveria começar nesta segunda (12), e no momento em que o mundo vive a expectativa de um encontro entre Putin e Zelenski.
A Ucrânia foi atacada por 108 drones durante a noite. De acordo com o relatório da força aérea do país, 55 dispositivos foram abatidos e outros 30 se perderam e não causaram danos. Uma mulher ficou ferida na pequena cidade portuária de Bilhorod-Dnistrovsk, na região do Mar Negro de Odesa.
A Rússia também lançou bombas guiadas nas regiões de Kharkiv e Sumy. A empresa ferroviária ucraniana afirmou que um drone russo atacou um trem de carga civil no leste. O maquinista sofreu ferimentos de estilhaço na perna, mas não corre risco de vida.
Anteontem, a Ucrânia havia proposto um cessar-fogo “completo e incondicional” de 30 dias à Rússia. O acordo foi feito com ajuda de aliados europeus e deveria passar a valer nesta segunda.
Neste domingo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, propôs iniciar conversas diretas com a Ucrânia no dia 15 de maio, em Istambul. “Não excluímos que durante essas conversações possamos chegar a algum tipo novo de cessar-fogo”.
Porém, Putin não respondeu diretamente à proposta ucraniana de cessar-fogo. Ele concentrou-se em explicar sua contraproposta para novas negociações entre os países, negou qualquer tipo de “condição prévia” e criticou os “ultimatos” e a “retórica antirrussa”.
Já o presidente ucraniano, Volodimir Zelenski, disse estar pronto para um encontro. Zelenski e Putin não se reúnem desde o início da guerra, em 24 de fevereiro de 2022. “Estarei esperando por Putin na Turquia na quinta-feira”, afirmou Zelenski em uma publicação na rede social X.
Entretanto, a chefe de diplomacia da UE (União Europeia) afirmou hoje que as negociações só irão acontecer caso haja um cessar-fogo. “Não pode haver conversações sob fogo. São necessários dois para desejar a paz. Apenas um é necessário para desejar a guerra. E vemos que a Rússia claramente quer a guerra”, afirmou Kaja Kallas ao chegar em uma reunião com ministros de Relações Exteriores europeus para discutir sobre a situação da guerra.