SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Provavelmente quando estiver lendo esse texto, Luana Maluf já estará vestida com seu avental escrito ‘chef Lulu’, encantada com o livro para escrever suas receitas e emocionada com a roupinha de bebê nas mãos. Tudo isso foi presente da esposa, Alê Xavier, que está gestando Antonella, a primeira filha do casal.

Hoje, Alê e Luana celebram o primeiro dia das mães. Elas estão juntas há seis anos e aguardam ansiosamente pela chegada de Antonella, prevista para nascer no mês de julho. Em conversa com o UOL, a comentarista da Paramount descreveu os detalhes da gestação, falou sobre representatividade e contou que ela e a esposa sempre ensinarão à pequena que o amor está acima de tudo.

“Temos que preparar muito ela para o mundo fora, não só dentro da nossa casa. Queremos ensinar que família é família, não importa se são duas mamães, dois papais ou uma mamãe e um papai. Vamos mostrar que está tudo bem, existem vários tipos de família, o que importa é o amor transmitido para cada filho, além do companheirismo, sinceridade, carinho e educação’, disse Alê Xavier.

Desde que anunciaram a gravidez nas redes sociais, Alê e Luana foram cobertas de carinho e acolhimento -algo até inesperado por elas, que quando se casaram perderam uma série de seguidores. As mensagens dos fãs, segundo contou a comunicadora, reforçam a importância da representatividade como um casal LGBTQIAP+.

“Muitas mulheres mandaram mensagem falando sobre o quanto era legal ver um casal homoafetivo, com tanta representatividade na internet, falando sobre gravidez abertamente para mostrar às pessoas que é possível. A vida é sua, você faz o que quer dela”, destacou Alê.

“Recebemos bastante mensagem de casais que não queriam engravidar ou queriam e tinham medo, mas mudaram completamente de ideia porque a gente está falando abertamente sobre isso. Então muitos casais sentiram acolhidos com a nossa história e a gente ficou super feliz com isso”, acrescentou.

Mamães Alê e Lulu

Antes mesmo de se conheceram, Alê e Luana sonhavam em se tornar mães. Concretizar esse desejo, portanto, não foi difícil para elas assim como a escolha sobre quem gestaria o primeiro bebê do casal. A comentarista da Paramount é mais velha e, por isso, elas decidiram que Alê passaria primeiro pelo processo de fertilização in vitro. Luana será a responsável por gerar a irmã ou irmão de Antonella.

Alê contou, inclusive, que um dos momentos mais importantes dos sete meses de gestação, até o momento, foi quando Luana sentiu Antonella se mexer na barriga pela primeira vez. Ver a esposa sentindo-se parte do processo sempre foi uma das prioridades da comunicadora.

“A gente tava almoçando, eu desci a escada do restaurante, eu senti como uma água com gás sendo aberta aqui [na barriga]. Nem falei para a Luana. Passaram umas duas horas, eu fui tomar banho e veio de novo. Olhei para Luana, assustei, falei: ‘Ela se mexeu’. Depois, quando a Lu pôs a mão e sentiu, para mim, foi um dos momentos mais legais”, descreveu Alê Xavier.

“Para quem está de fora, que é o caso da Luana e de muitos pais ou mulheres também em casais homoafetivos, às vezes, é mais difícil entender o que está acontecendo, porque não é no seu corpo. Então quando ela pôs a mãozinha ali, sentiu a bebê e se emocionou, eu falei: ‘Nossa, daqui para frente ela vai sentir muito mais parte desse processo junto comigo'”, acrescentou.

Conversar, cantar e contar histórias para Antonella ainda na barriga da mamãe Alê está na rotina da mamãe Luana. A bebê reconhece a voz de Lu e sempre se agita quando ela está por perto.

Quando nascer, esse vínculo aumentará ainda mais, porque Luana conseguirá amamentar graças a um processo de estimulação que começou a realizar. Ter conhecimento da novidade foi mais um momento de emoção para o casal.

“Quando a gente sentou no consultório e a médica falou que a Lu também poderia amamentar, a gente ficou em choque. Foi uma surpresa muito positiva. Todo mundo fala que a amamentação é muito exaustiva, então poder dividir essa função é um privilégio. De 30 semanas para frente, a Lu já tem que começar a fazer o processo, que inclusive é exaustivo. Além do medicamento, ela tem que estimular a bombinha elétrica nos peitos para o corpo entender que tem um bebê vindo aí”, explicou.

‘O futuro a Deus pertence’

Alê gosta de ver as coisas organizadas e não sofrerá caso a filha deixe o São Paulo de lado e escolha outro time de futebol. Luana já tem um espírito mais bagunceiro e chorou pensando que a pequena pode não torcer pelo Palmeiras. É isso que a comentarista acredita que vai refletir quando Antonella nascer.

“É muito mais sobre a gente controlar as nossas expectativas. Óbvio, quero muito que ela seja são-paulina, mas se ela não for, está tudo certo. Ela é um ser único, individual, escolhe as coisas que ela quer fazer da vida. A Lu disse que vai ter que trabalhar na terapia, ela chorou pensando que tem a chance de a Antonella não ser palmeirense. Mas ela já entendeu que no fim não é sobre a gente, o que a gente quer é que ela seja feliz”, contou Alê.

“Mas o que a Luana tem que trabalhar em relação ao time, eu tenho que trabalhar em relação ao esporte, porque eu quero muito que ela goste de esporte. Só que pode ser que ela não goste, e eu vou ter que entender”, acrescentou.

Agora, a dois meses do nascimento da bebê, Alê disse que a ansiedade está batendo. Apesar disso, elas esperam levar a rotina com a maior tranquilidade possível.

“Preparar para a chegada é uma coisa meio louca, porque a gestação parece que são nove meses e demora horrores, e ao mesmo tempo passa rápido. Quando você vê, está atrasado para fazer o quarto da bebê. E aí vira um grande caos. Mas é um caos bom. É pensar como a gente quer que as coisas sejam no quartinho dela, na chegada dela, o parto… Estamos nesse momento”, contou Alê.

“Tem muita gente que olha para gente, mãe de primeira viagem e fala: ‘Vocês não vão dormir nada’. Mas a criança nem nasceu, às vezes pode ser que ela durma a noite inteira, ou pode ser que ela acorde 18 vezes. Então a gente ainda não sabe muito sobre o que virá. Vamos deixar a vida levar. O futuro a Deus pertence”, concluiu Alê.