SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A curadora Koyo Kouoh, primeira mulher africana escolhida para dirigir a Bienal de Veneza, que será realizada em 2026, morreu aos 57 anos. O museu Zeitz Mocaa, na Cidade do Cabo, onde era diretora executiva e curadora-chefe, afirmou que a morte foi repentina, sem divulgar detalhes sobre a causa.

Nascida em Camarões, em 1967, e criada na Suíça, Kouoh era uma figura central na arte contemporânea africana.

“Nas últimas duas décadas, Kouoh tornou-se uma das mais proeminentes curadoras e gestoras de arte da África através de uma combinação de comportamento descontraído, olhar aguçado, dom para idiomas e um interesse por todos os aspectos das artes”, escreveu o jornal The New York Times em outra ocasião.

Em 2007 e 2012, Kouoh integrou as equipes curatoriais das edições 12 e 13 da Documenta, em Kassel, na Alemanha. Ela também participou do comitê responsável por escolher o polonês Adam Szymczyk como diretor artístico da Documenta 14.

Entre 2013 e 2017, foi curadora do programa educacional e artístico da Feira 1-54 de Arte Africana Contemporânea. Desde 2009, atuava como diretora artística e cofundadora do centro de arte Raw Material Company, em Dakar, capital do Senegal.

A suíço-camaronesa venceu, em 2020, o Grand Prix Meret Oppenheim, o maior prêmio suíço do mundo das artes e vivia alternadamente na Cidade do Cabo, na África do Sul, em Dakar e na cidade de Basileia, na Suíça.

A Bienal de Veneza expressou profunda tristeza pela morte de Koyo Kouoh, destacando seu papel crucial na Bienal de 2026 e oferecendo condolências à sua família e amigos.

De acordo com a instituição, Kouoh foi nomeada em dezembro de 2024 e trabalhava com paixão, rigor intelectual e visão na concepção e desenvolvimento da 61ª edição da mostra. A apresentação do título e do tema da exposição estava prevista para acontecer em Veneza, no próximo dia 20 de maio.