SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Claudia Rodrigues recebeu o diagnóstico de esclerose múltipla, doença neurológica autoimune crônica que atinge o sistema nervoso central, no ano 2000. Ela vivia seu auge profissional, estrelando programas de humor na grade da Globo, quando precisou parar.
Hoje, 25 anos depois, a artista fala abertamente sobre o convívio com a doença em palestras motivacionais ao lado da noiva, Adriane Bonato. “Eu vou fazer graça da minha desgraça (risos)”, conta, bem-humorada, a artista.
Nem sempre foi assim. Até chegar a esse momento de falar abertamente sobre o tema foi um processo. “Antes eu ficava revoltada com Deus, não acreditava que era possível [ter uma vida saudável com a doença] e agora sei que quando temos fé e determinação, tudo é possível”, diz. “Estou sempre na luta.”
A atriz, conforme explica Bonato -que também é sua empresária-, continua contratada da Globo por força de uma ordem judicial. Claudia recebe salário, continua com plano de saúde e outros benefícios, mas não é chamada para novos trabalhos.
Em entrevista ao F5, Claudia diz se fica chateada por não ter mais convites para a televisão, comenta como tem sido viver com a esclerose múltipla e fala sobre a paixão pela noiva. Confira abaixo os principais trechos da conversa.
PERGUNTA – Em 2025 faz 25 anos do seu diagnóstico de esclerose múltipla. Como se sente?
CLAUDIA RODRIGUES – Por incrível que pareça, me sinto cada vez melhor. Acordo bem a cada dia seguindo os protocolos. Mas tenho altos e baixos… Mais altos do que baixos!
P. – Como foi receber essa notícia há duas décadas e meia atrás?
CR – Quando o médico falou isso eu disse: “Como é? Múltiplas? São quantas? Isso é coisa de rico, se fosse de pobre seria esclerose única” (risos).
P. – Você costuma ajudar muita gente que sofre da mesma doença?
CR – Sim, ajudo muitos. Tem gente que não aceita. Quando declarei que eu tenho, virei um exemplo para as pessoas. Faço fisioterapia e estou bem. Sou um exemplo de superação e estou vencendo a esclerose.
P. – Quais têm sido seus maiores desafios nesse tempo todo?
CR – Minha maior dificuldade é a caminhada. Vou tentando e lutando por isso. Meu olho direito também fica um pouco caído, mas é só isso. De resto está tudo bem. Tem gente que se inspira em mim. Quando a pessoa diz que tem a doença eu falo: “Respira fundo, toma uma água gelada e vai para a vida”.
P. – Claudia, você sempre teve fé em sua recuperação?
CR – O amor me ajuda. Antes eu ficava revoltada com Deus, não acreditava que era possível [ter uma vida saudável com a doença] e agora sei que quando temos fé e determinação, tudo é possível. Estou sempre na luta.
P. – Apesar de ainda ter contrato com a Globo, você não é mais chamada para atuar. Isso a chateia?
CR – Com toda essa confusão de Globo, o que me chateia é não reprisarem mais “A Diarista” [2004-2007]. Reprisam todos os programas, mas esse não. Foi o que me machucou mais, pois todos perguntam quando eu vou voltar, querem me ver [no papel da empregada Marinete].
P. – Atualmente você vem dando palestras com a Adriane para falar sobre o enfrentamento à doença. Como tem sido isso?
CR – Eu vou fazer graça da minha desgraça (risos). Com bom humor, falo coisas que já fiz, as que venho mudando. Eu era louca em chocolate, mas hoje não posso comer mais. Quer dizer, até como, mas outro tipo, amargo.
P. – A relação de vocês vai completar três anos. Como está o noivado?
CR – A gente fez amizade, e um dia eu falei que queria que fosse mais. Sempre transei com homem e achei que pegar mulher seria uma coisa passageira. Mas sou completamente apaixonada, não vivo sem ela.