SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A Universidade Columbia, nos Estados Unidos, suspendeu na sexta-feira (9) mais de 65 estudantes por participação em uma manifestação pró-Palestina que forçou o fechamento da principal biblioteca do campus.

Segundo um funcionário da instituição, a suspensão é temporária, e os estudantes estarão proibidos de fazer exames finais ou entrar na universidade, com exceção para acesso aos dormitórios.

Outras 33 pessoas também teriam sido impedidas de entrar no campus de Columbia, incluindo estudantes de outras faculdades e ex-alunos que participaram do protesto que aconteceu na última quarta-feira (7).

“Quando regras são violadas e nossa comunidade acadêmica é deliberadamente perturbada, isso é uma escolha consciente com consequências reais”, diz o funcionário da universidade.

Em nota, a Universidade Columbia disse durante o protesto que se os estudantes não apresentassem documentos de identidade e encerrassem a manifestação, estariam quebrando regras do campus e corriam risco de prisão -e dezenas deles foram.

A manifestação pró-Palestina foi uma das maiores no campus da universidade desde o início da onda de protestos do ano passado contra a guerra de Israel em Gaza -que já matou mais de 50 mil palestinos em Gaza desde outubro de 2023.

Com bandeiras da Palestina e tambores, a maioria dos estudantes utilizava máscaras por receio de retaliação e pediam que Columbia retirasse o dinheiro de investimentos do fundo patrimonial da instituição ligados à indústria bélica israelense ou a empresas que operam em territórios palestinos ocupados ilegalmente por Israel.

Outro pedido da manifestação foi a libertação de Mahmoud Khalil, ex-estudante palestino da instituição que foi preso em 8 de março pelo governo Donald Trump por liderar protestos e corre risco de deportação.

Policiais do Departamento de Polícia de Nova York foram chamados ao campus pelo prefeito da cidade, Eric Adams, para conter o protesto a pedido de funcionários da universidade. A prefeitura não divulgou a quantidade de manifestantes presos nem se serão acusados de algum crime.

O protesto ocorreu em meio a negociações entre o conselho de administração de Columbia e o governo Trump, que anunciou em março -como penalização contra os protestos anteriores- o cancelamento de centenas de milhões de dólares que seriam utilizados em bolsas de pesquisa.

No início da semana a universidade já tinha anunciado a demissão de quase 180 pesquisadores, sem especificar de quais departamentos, devido ao corte de verbas federais de US$ 400 milhões. Columbia, no entanto, continuará tentando persuadir o governo.

Segundo o governo Trump, ao não reprimir os protestos de 2024 com eficácia e velocidade, Columbia teria sido conivente com antissemitismo e incapaz de proteger estudantes judeus. Contudo, parte dos estudantes presentes na manifestação do último ano eram judeus.

Não houve reação imediata à notícia das suspensões por parte dos ativistas estudantis que representam os manifestantes.