SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – A ampliação do terminal de embarque remoto -de onde passageiros são levados de ônibus até os aviões- no aeroporto de Congonhas, em São Paulo, está prevista para ser inaugurada em junho, com liberação para uso em duas etapas no período de um mês.
A sala de embarque remoto é a primeira obra da grande reformulação no aeroporto da zona sul a ser concluída, entre as que impactam diretamente os passageiros.
O local conta atualmente com 1.400 m² de área e, quando entregue, terá cerca de 3.000 m². Os dez portões de embarque serão espaçados e também crescerá a profundidade do terminal para dar mais espaço aos viajantes que esperam para irem aos ônibus.
Durante visita às obras de ampliação, a reportagem esteve na atual sala de embarque remoto no meio da tarde da última quinta-feira (8), e os acessos aos portões estavam lotados, mesmo não sendo horário de pico.
As obras no local, iniciadas em dezembro passado, ocorrem em várias frentes. Uma das partes, ao fundo da atual estrutura, está praticamente pronta, com piso instalado e pintura concluída, conforme constatou a reportagem. É para esse local que serão levados os dois cafés existentes atualmente próximos aos portões.
No lado esquerdo de quem acessa o embarque remoto está sendo erguido um anexo que irá se juntar à estrutura de hoje. Essa parte está mais crua, ainda com colocação de teto, mas a gestão do aeroporto afirma que fica pronta até o início do segundo semestre.
Por causa do isolamento com tapumes e pelo barulho da aglomeração de pessoas e dos próprios aviões, o usuário não percebe que há dois canteiros de obras simultâneos ali. Mas não é difícil encontrar trabalhadores com capacete andando pelos corredores do aeroporto.
O entorno do local tem duas salas VIP (a maior delas terá 1.300 m² de área) e será construído um centro comercial de 850 m².
Apesar de praticamente nova, a estrutura ampliada é provisória. Ela acabará desativada ao final da reestruturação do aeroporto, pois a sala de embarque remoto definitiva será instalada no hangar tombado que pertenceu à Varig, usado por enquanto pela empresa aérea Gol, e que fica ao lado da futura área de embarque por meio de pontes (fingers) de acesso direto aos aviões.
A concessionária Aena, responsável pelo aeroporto, ainda não sabe qual será a destinação da área ampliada que será entregue no próximo mês, mas cogita-se que toda a estrutura de embarque atual seja utilizada para voos internacionais -logo após a empresa assumir o comando do aeroporto em 2023, o diretor-presidente, Santiago Yus, afirmou à Folha de S.Paulo que se houver interesse das companhias aéreas, Congonhas poderá ter rotas curtas para o exterior, como a países da América do Sul.
REFORMULAÇÃO TOTAL
Ao custo de R$ 2,4 bilhões, a Aena, que assumiu a gestão do aeroporto em outubro de 2023, terá de reformular o aeroporto até junho de 2028.
A principal mudança será a construção de uma nova área de embarque, com 19 pontes de acesso direto aos aviões, contra as 12 de hoje. Entre outros motivos, a mudança ocorre para aumentar a distância entre as pistas de taxiamento e principal, que não atende as normas internacionais e deverá passar para 158 metros.
A reformulação no aeroporto está dividida em três etapas. A primeira incluirá a demolição de estruturas, instalação de canteiros de obras, intervenções no pátio de aeronaves e melhorias nas pistas de taxiamento.
Na segunda, as companhias aéreas serão transferidas a hangares provisórios, dando início à construção do píer do novo terminal e às obras no hangar tombado.
Na terceira fase, ocorrerão as instalações das pontes de embarque no novo píer e o sistema de controle e processamento de bagagens. As etapas finais estão previstas para 2028.
Há várias frentes de trabalho em andamento na parte externa. Os hangares das empresas de aviação geral (executiva), que ficavam próximas à cabeceira 35 L, foram transferidos para próximos da pista auxiliar.
As estruturas estão sendo demolidas, pois darão lugar a três hangares de aviação comercial a serem destinados às companhias Azul, Gol e Latam.
Os hangares atuais usados por essas empresas darão lugar ao novo terminal de embarque, pátio para estacionamento de aeronaves e pista de taxiamento.
Três hangares provisórios, montados a partir de lonas e contêineres, estão praticamente prontos para serem utilizados durante o período de obras. Também foram realizadas obras de asfaltamento -em dezembro de 2023, um Boeing afundou na pista esfarelada.
A atual área de check-in será desativada -também não se sabe o que será construído ali. Passageiros deverão chegar para o embarque onde hoje é a estrutura da Gol, que será desativada. O desembarque ficará próximo às escadarias espirais de acesso ao mezanino onde se embarca atualmente.
A meta da empresa é aumentar para 29 milhões o número anual de passageiros que embarcam ou desembarcam no local até o fim da concessão, em 2053 -no ano passado foram 23,1 milhões.
Com a reformulação nas pontes de embarque e com a ampliação da distância para a pista principal, Congonhas poderá receber aviões maiores e com mais capacidade, como o Airbus A321neo e o Boeing 737 Max 10. É assim que a empresa planeja turbinar a quantidade de pessoas que usam o aeroporto.
Atualmente, Congonhas está habilitado a realizar 44 operações de pousos e decolagens por hora. Não há previsão de ampliação do número.