Walison Veríssimo
Após dias de tensão e cobranças públicas dentro da Câmara Municipal de Goiânia, o procurador-geral da Casa, Kowalsky Ribeiro, foi oficialmente exonerado do cargo. A decisãoaconteceu após o próprio servidor apresentar um pedido formal de desligamento. O gesto encerra, ao menos temporariamente, a crise política instalada no Legislativo desde o episódio envolvendo uma discussão acalorada com o chefe de gabinete do vereador Sargento Novandir (MDB). Sergio Dornelles, assessor de Novandir também foi exonerado.
A exoneração acontece após a circulação de imagens que mostram Kowalsky saindo de seu veículo com uma arma na mão, dentro das dependências da Câmara, o que vai contra a Resolução nº 03/2022, norma que proíbe o porte de armas de fogo por servidores e vereadores no interior da Casa, exceto em casos de agentes de segurança em serviço.
Em carta aberta, o procurador afirmou que sua saída foi uma decisão pessoal e que visa garantir a isenção nas apurações internas que deverão ser conduzidas. “Essa ruptura profissional não representa um ponto final em minha história, mas sim uma vírgula que marcará o início de novos horizontes e a reafirmação da verdade”, escreveu. Ele também declarou que irá responder às acusações “de forma firme e legal, nos canais competentes”.
O caso provocou forte reação política. Na sessão da última quinta-feira, Novandir usou colete à prova de balas e apresentou uma lista com 24 ocorrências policiais atribuídas a Kowalsky, incluindo acusações graves como estupro, ameaça, calúnia e peculato. O presidente da Câmara, Romário Policarpo (PRD), reuniu vereadores e, diante da pressão, optou por acatar o pedido de exoneração já apresentado pelo procurador.