RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – A 8ª edição do Prêmio Sim à Igualdade Racial reuniu artistas como Belo, Os Garotin, Sandra Sá e Gaby Amarantos em uma celebração da ancestralidade brasileira. A cerimônia aconteceu nesta quarta-feira (7) no Qualistage, no Rio de Janeiro.
A premiação é promovida pelo ID_BR (Instituto Igualdades do Brasil) e tem como objetivo reconhecer pessoas, empresas e iniciativas cujo trabalho contribui com a promoção da igualdade entre indígenas, negros e brancos no país.
“Pessoas negras e indígenas representam um caminho para o avanço econômico no Brasil, porque sem nós a economia não cresce. Continuamos aqui, fazemos parte do mercado e queremos igualdade de oportunidades. Por isso, nosso movimento precisa continuar”, afirmou Luana Génot, CEO e fundadora do ID_BR, à Folha.
O evento teve como mote o “Carisma”. “Queremos instigar as pessoas a pensarem no que estão fazendo com o próprio carisma. Durante toda a premiação, buscamos destacar o que os artistas, apresentadores e premiados presentes fizeram em 2024 com todo o poder e a influência que eles têm”, explicou Tom Mendes, diretor institucional do ID_BR e do prêmio.
O cantor Belo abriu o evento reverenciando a ancestralidade negra do Brasil. Ao lado de Altay Veloso e Djuena, ele desejou paz e saúde, com “Antes de Dizer Adeus”. Os Cria, Os Garotin e Dom Filó, homenagearam os bailes black, símbolos de resistência e a autoestima negra nas décadas de 1970, 1980 e 1990.
Uma performance com povos indígenas apresentou um manto sagrado feito por artesãos tupinambás com o apoio do ID_BR. O ato, que não deixou de mencionar o manto tupinambá do século 17 que estava na Dinamarca e foi repatriado ao Brasil, simbolizou uma restituição aos povos originários.
Ao longo dos anúncios dos premiados, performances de artistas como Jota.Pê e Sandra Sá, Majur, Ilê Aiyê, Djonga, Gabz e Maria Preta embalaram a noite. O encerramento teve apresentações dos bois Garantido, Caprichoso e Maracanã, símbolos da cultura nortista e destaques do Festival de Parintins, além de Gaby Amarantos e Zayanara.
As categorias contempladas pelo Prêmio Sim integram os pilares de Cultura, Educação e Empregabilidade.
A primeira fase da premiação partiu de indicações do público pela internet. Uma curadoria externa foi realizada, para validação dos votos, e então um júri especializado votou para definir os vencedores.
O júri de votação foi formado por convidados especializados, além de nomes como Xamã, Milton Cunha, Rita Batista, Samela Sateré Mawé e Vitória Bueno.
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CONFIRA OS VENCEDORES E FINALISTAS DO PRÊMIO SIM À IGUALDADE RACIAL 2025:
CULTURA
Arte em Movimento:
Batekoo, que em 2024 precisou cancelar sua realização por falta de patrocínio
Finalistas: Kaê Guajajara, Daiara Tukano, Denilson Baniwa, Acervo da Laje
Influência e Representatividade Digital:
Adalberto Neto, cujo conteúdo se destaca pelo debate sobre questões raciais
Finalistas: Afrofuturas (Pétala e Isa Souza), Alice pataxó, Cristia Wariu, Raphael Vicente e Thais Kokama.
Raça em Pauta:
Erisvan Guajajara, do coletivo Mídia Indígena
Finalistas: Notícia Preta, Mídia Indígena e Ubuntu Esporte Clube
Destaque publicitário:
Campanha “Respeita Meu Capelo”, criada por Vult e Gut
Finalistas: Amores Pretos (Vivo e Galeria Ag) e Gavião Kyikatêjê FC
EDUCAÇÃO
Educação e oportunidades:
Articulação dos Povos Indígenas do Brasil.
Finalistas: EMEF Quilombola Altina Ana, Articulação dos Povos Indígenas do Brasil e Instituto Socioambiental.
Inspiração:
Cacica Maria Valdelice
Finalistas: Maria Toinha e Neguinho da Beija Flor
Intelectualidade:
Fernanda Caigang, educadora do Ponto de Cultura Kanhgáng Jãre Raiz Kaingáng, o primeiro Ponto de Cultura Indígena do Brasil
Finalistas: Itamar Vieira Junior e Fernanda Kaingáng
Antirracismo ambiental (homenagem):
Nelinha do Babaçu, que realiza trabalhos de impacto social e sustentável com babaçu
EMPREGABILIDADE
Comprometimento Racial:
L’Oreal Brasil
Finalistas: Unilever, Mondelez, Assaí Atacadista, Ambev e PepsiCo
Liderança:
Cida Bento, doutora em psicologia pela USP e co-fundadora do Ceert
Finalistas: Claudionor Alves e Edivan Guajajara
Trajetória Empreendedora:
Almir Suruí, empreendedor, biólogo e líder indígena do povo Paiter Suruí, de Rondonia, fundador do Psica, considerado o maior festival multicultural do Norte do Brasil
Finalistas: Nath Finanças e Almir Surui
A repórter viajou a convite do ID_BR