MACEIÓ, AL (FOLHAPRESS) – Uma jaguatirica (Leopardus pardalis) foi resgatada no município de Trajano de Moraes (RJ) após ser atingida por mais de 20 tiros de chumbo. O animal foi encontrado na Serra das Almas, e o atendimento emergencial foi realizado pelo Instituto BW, uma ONG com projetos de reabilitação de animais selvagens.

O felino, que é um macho adulto, já passou por uma cirurgia para a remoção de 23 projéteis, mas um ainda está alojado próximo ao olho, exigindo um novo procedimento cirúrgico.

Além disso, segundo a coordenadora de veterinária do Instituto BW, Paula Baldassin, o animal também tinha espinhos de ouriço na região do pescoço e cerca de 30 projéteis espalhados principalmente pelo ventre, possivelmente em decorrência de uma armadilha de caça conhecida como “trabuco”.

A jaguatirica permanecerá internada para receber alimentação adequada e se preparar para as próximas etapas de sua reabilitação, incluindo possíveis cirurgias ortopédicas. No momento, o animal está estável e se preparando para a próxima cirurgia. A expectativa é “muito positiva” para uma soltura em breve.

O caso será investigado pela DPMA (Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente).

O resgate, em 15 de abril, ocorreu após o Instituto BW ser acionado pelo Inea (Instituto Estadual do Ambiente do Rio de Janeiro). Moradores da região encontraram o animal, e a Guarda Municipal de Trajano de Moraes realizou a captura e o primeiro encaminhamento dele.

A equipe da Guarda Ambiental transportou a jaguatirica até a base de estabilização do Instituto BW, localizada em Macaé (RJ), a cerca de 84 km do local onde foi encontrada. Na unidade, o animal passou por uma avaliação inicial da equipe veterinária, que realizou exames clínicos e comportamentais.

Devido à necessidade de exames mais específicos, a jaguatirica foi transferida para a base de Praia Seca, em Araruama (RJ). No CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Selvagens) do Instituto BW, exames laboratoriais e de imagem foram realizados.

O Inea informou que orientou as medidas tomadas após o resgate, realizado pela polícia ambiental local.

De acordo com o Instituto BW, a jaguatirica apresenta ampla distribuição no Brasil, com registros em quase todos os estados. As evidências científicas apontam que a espécie está fortemente associada a ambientes florestais com densa cobertura vegetal e presença de corpos hídricos, uma vez que tem sua dieta majoritariamente composta por pequenos mamíferos, peixes e crustáceos.