SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Jornais internacionais destacaram em suas páginas principais, nesta quinta-feira (8), a escolha do novo papa, anunciada no Vaticano no segundo dia de conclave. Entre os veículos que deram ampla cobertura estão The New York Times, The Guardian, Corriere della Sera e Clarín.

O americano Robert Francis Prevost, agora papa Leão 14, sucede o argentino Francisco, que liderou a Igreja Católica por 12 anos e marcou seu pontificado por uma agenda de diálogo, inclusão e reformas.

O jornal americano The New York Times afirmou que a eleição de Leão 14 representa uma decisão marcante em meio às divisões internas da Igreja. Segundo o veículo, o novo pontífice enfrentará escolhas difíceis sobre os rumos do catolicismo, especialmente quanto à continuidade ou não da agenda de inclusão e abertura promovida por Francisco.

O NYT também destacou que, apesar da tradição do Vaticano de evitar papas dos Estados Unidos, Prevost despontou como um nome viável por seu perfil moderado e por ter sido nomeado cardeal e membro de um dos dicastérios mais poderosos da Cúria pelo próprio Francisco.

Um dos primeiros a noticiar o nome do novo papa, o britânico The Guardian destacou o perfil do americano com a mensagem “Temos um papa americano”.

O diário afirma que o moderado Prevost, nascido em Chicago, ainda é visto como um nome a ser observado. “Esses cargos de alto escalão, somados ao fato de ele ter significativa experiência missionária no Peru — onde atuou como bispo da cidade de Chiclayo, no norte do país —, podem ajudá-lo a ser visto com mais simpatia por aqueles que normalmente não aceitariam a ideia de um papa americano.”

Na Itália, onde a escolha foi acompanhada em clima de vigília, o Corriere della Sera descreve o novo papa como um líder centrista e pragmático, com forte capacidade de mediação entre as diversas correntes da Igreja.

O jornal destaca sua trajetória internacional —incluindo sua experiência como prior dos agostinianos e bispo no Peru— e sua atuação atual em cargos-chave do Vaticano. O jornal também ressalta sua sensibilidade social e cultural, apontando que ele tem condições de manter a linha de diálogo e abertura iniciada por Francisco.

Segundo o argentino Clarín, Leão 14 é visto como herdeiro do legado pastoral de Francisco, com quem compartilha não apenas a atenção às periferias, mas também a experiência missionária na América Latina.

O periódico afirma que assim como o papa argentino, Prevost construiu sua autoridade longe dos centros tradicionais do poder eclesiástico, servindo por décadas no Peru. Ambos adotaram estilos de liderança mais próximos das comunidades locais e sensíveis às questões sociais, o que reforça a leitura de que a escolha do novo pontífice representa uma continuidade do caminho aberto por Francisco no Vaticano.

A emissora americana CNN deu destaque à repercussão global da escolha e à origem do novo papa, que passou grande parte de sua carreira como missionário na América do Sul e, mais recentemente, liderava um importante órgão do Vaticano responsável pela nomeação de bispos. Espera-se que ele dê continuidade às reformas iniciadas por Francisco, diz o periódico.