SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Roma não foi sempre a capital da Igreja Católica. A cidade disputou o posto com Constantinopla (atual Istambul), Alexandria, no Egito, e Antióquia, na Turquia. Essas cidades, ao lado de Jerusalém, compunham a Pentarquia, que eram, então, as Sés cristãs mais importantes.
Todas reivindicavam o direito ao protagonismo no catolicismo: Jerusalém era a cidade da morte e da ressurreição de Cristo, segundo os evangelhos; em Antióquia, os seguidores de Jesus foram chamados pela primeira vez de cristãos; Alexandria era um centro de estudos, e Constantinopla tornou-se poderosa.
Roma, porém, foi se estabelecendo como sede do catolicismo por sua força econômica e política e pelo contexto histórico. O primeiro papa, São Pedro, escolhido por Jesus para constituir a Igreja e liderar seus seguidores, morreu em Roma no século 1º crucificado de cabeça para baixo, segundo a tradição católica, devido à perseguição imposta aos cristãos pelo imperador Nero. A partir disso, a cidade passou a receber multidões de cristãos em peregrinação.
O fato de que Roma era a capital do Império Romano e a cidade onde tanto São Pedro quanto São Paulo haviam morrido como mártires contribuiu para se tornar um local natural para a Igreja ter sua sede.
No século 14, porém, a capital italiana passou por um período sem ser o centro católico. O francês Clemente 5º, eleito papa em 1305, muda a sede do papado de Roma para Avignon, no sul da França; uma sucessão de papas franceses mantém a Igreja na cidade até 1376, quando o pontífice Gregório 11 decide retornar a Roma. Ele, aliás, foi o último papa francês desde então.