SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dezenas de estudantes realizaram nesta quarta-feira (7) uma nova manifestação pró-Palestina no campus da Universidade Columbia, nos Estados Unidos. A instituição foi palco de uma série de protestos contra a guerra de Israel na Faixa de Gaza em 2024 que acabaram sendo acusados de antissemitismo pelo governo Donald Trump e utilizados pela Casa Branca para justificar ações contra a universidade.
Carregando bandeiras da Palestina e batendo tambores, os estudantes, a maioria utilizando máscaras por receio de retaliação, ocuparam a biblioteca central de Columbia pedindo o fim da guerra e dos bombardeios israelenses que já mataram mais de 50 mil palestinos em Gaza desde outubro de 2023.
Eles exigem também que a universidade retire dinheiro de investimentos ligados à indústria bélica israelense ou a empresas que operam nos territórios palestinos ocupados ilegalmente por Israel. Pediram ainda a libertação do estudante Mahmoud Khalil, preso pelo governo Trump por liderar os protestos e que pode ser deportado.
A universidade, que vive intensa campanha de pressão do governo Trump por conta dos protestos do ano passado, acionou rapidamente a polícia de Nova York contra os alunos. Em nota, Columbia disse que todos os estudantes que não apresentassem documentos de identidade e encerrassem o protesto estariam quebrando regras do campus e poderiam ser presos.
A agência de notícias Reuters relatou que seguranças da universidade detiveram manifestantes e os entregaram diretamente à polícia. Uma organização estudantil disse que os seguranças agrediram alunos, e imagens mostram a polícia em confronto com os estudantes.
Em nota, o prefeito de Nova York, Eric Adams, que se aproximou de Trump nos últimos meses, disse que atendeu a um pedido de Columbia e enviou a polícia para reprimir o protesto. “Não toleraremos nenhum tipo de violência ou ódio na nossa cidade”, afirmou Adams.
A prefeitura não informou quantos manifestantes foram presos e se serão acusados de algum crime.
O governo Trump diz que Columbia, ao não reprimir os protestos de 2024 com mais velocidade e eficácia, foi conivente com antissemitismo e se mostrou incapaz de proteger estudantes judeus de um “ambiente de ódio” causado pelas manifestações pró-Palestina. Muitos dos manifestantes, entretanto, também eram judeus.
Ao chegar ao poder, Trump iniciou uma campanha contra Columbia, cortando milhões de dólares em verbas para a universidade de elite dos EUA e fazendo uma série de exigências da instituição –que foram, quase todas, concedidas. Entre elas estava uma intervenção no departamento de estudos para o Oriente Médio, novas medidas de segurança, como a proibição de máscaras no campus, uma proibição de manifestações e a expulsão de estudantes envolvidos com os protestos.