(UOL/FOLHAPRESS) – O vice-presidente da CBF Fernando Sarney fez pedido ao STF (Supremo Tribunal Federal) para afastar o atual presidente Ednaldo Rodrigues. Assim, reivindica a anulação do acordo do qual o próprio vice tinha participado já em 2025 para acabar com o litígio entidade e manter o atual mandatário no poder.
A CBF defende a legalidade do acordo.
A ação inicial do pedido de afastamento no STF é da deputada Daniela Carneiro (União Brasil-RJ). Alega que há indícios de fraude no acordo em favor de Ednaldo por conta de suspeita de que a assinatura de um dos dirigentes, Coronel Nunes, não é válida.
Mas Carneiro não era parte do acordo e, por isso, sua petição poderia não ser analisada pelo STF.
Já Sarney -ex-aliado e depois desafeto de Ednaldo – é um dos signatários do acordo como vice-presidente da entidade. Seu mandato ainda está em vigor.
Em sua petição no STF, Sarney diz que há quatro indícios de que a assinatura do Coronel Nunes não é legítima. Duas já tinham sido apresentadas pela deputada Carneiro, um laudo de médico da CBF sobre problemas cognitivos do Coronel Nunes e uma perícia que supostamente indicaria ser a assinatura fraudado. O perito já teve trabalhos contestados anteriormente.
Além disso, Sarney acrescenta na sua petição que o Coronel Nunes teve um diagnóstico de tumor no cérebro em 2018 e que deu uma procuração pública com amplos poderes para gestão de suas finanças em 2023. Isso indicaria “necessidade de investigação do estado de saúde e capacidade civil do sr Antônio Carlos Nunes Lima”.
Com isso, Sarney faz três pedidos: 1) que seja anulado o acordo em favor de Ednaldo 2) que seja reconsiderada a liminar dada no STF que suspeita efeitos de decisões judiciais do Rio de Janeiro 3) O caso seja enviado ao Ministério Público.
Se o acordo cair e o ministro Gilmar Mendes reconsiderar a liminar, Ednaldo teria de ser destituído da CBF até uma decisão do STF sobre o caso original. Há um julgamento marcado para o dia 28 de maio.
A CBF já se manifestou sobre as ações no STF:
“A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a boa-fé em todas as suas ações e decisões institucionais.
Diante das recentes notícias veiculadas na imprensa sobre suposto vício de vontade em assinatura constante do acordo homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a legitimidade da eleição do presidente Ednaldo Rodrigues, a CBF esclarece que ainda não teve acesso formal ao referido laudo pericial, supostamente asssinado por perito particular, que está sendo utilizado de forma midiática e precipitada, em verdadeira espetacularização que atende a interesses nada republicanos e aparentemente questionado por terceiros absolutamente estranhos ao processo.
A CBF enfatiza que todos os atos relacionados ao acordo mencionado foram conduzidos dentro da legalidade e com a participação de representantes devidamente legitimados. O processo foi legítimo e teve acordo homologado.
É absolutamente inverdade que esse processo tenha sido reaberto a pedido de uma parlamentar.
A CBF confia plenamente na Justiça brasileira e permanece à disposição das autoridades competentes para esclarecer quaisquer dúvidas que eventualmente surjam. A entidade segue focada em sua missão de promover o futebol brasileiro com seriedade, profissionalismo e respeito às instituições e com absoluta tranquilidade de que todos os princípios de boa gestão e de probidade são diuturnamente respeitados.