SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Amanda Seyfried, 39, costuma ouvir audiolivros enquanto faz crochê e tricô. “Simplesmente não consigo parar. É minha verdadeira paixão na vida, além de atuar e dos meus filhos”, conta. Foi assim que ela entrou em contato com a história de “Long Bright River”, que chega na quinta-feira (8) ao serviço de streaming Max.
A minissérie adapta a trama do best-seller “Longo e Claro Rio”, de Liz Moore, em oito episódios. A atriz dá vida à protagonista Mickey Fitzpatrick, uma policial empática que patrulha o bairro de Kensington, na Filadélfia, onde uma espécie de cracolândia se instalou.
Quando a região começa a ser palco de uma série de assassinatos, a agente, que cresceu ali perto, é uma das poucas a dar atenção ao caso. Ela não consegue entender por que aquelas mulheres em sua maioria viciadas e prostitutas importam tão pouco ao sistema.
Seyfried afirma que essa é a primeira vez que foi chamada para interpretar uma policial. “Mas foi muito intencional que Mickey fosse pequena e que não se esforce muito para ser forte”, observa. “É mais sobre a maneira como ela se relaciona com as pessoas emocionalmente, não fisicamente.”
Mesmo assim, bateu uma insegurança. “Meu grande medo era que eu não fosse convincente como policial”, diz a atriz. “Quando parei de ficar intimidada pelo uniforme dela, percebi que são todos apenas seres humanos tentando fazer seus trabalhos.”
Tudo mudou quando ela vestiu a farda azul da personagem. “Eu fico de uniforme provavelmente ao menos durante 65% do tempo da série, tem aquele cinto pesado e isso me fez andar de maneira diferente, assim como os sapatos”, lembra. “Isso acontece sem esforço quando o cinto anda por você.”
Além disso, o cabelo, quase sempre preso, também ajudou. “Isso foi um presente, porque geralmente não é assim”, comemora. “Você geralmente tem cabelo por todo lado e, quando venta, você fica preocupada com a continuidade. Às vezes, você quer apenas estar presente, mas às vezes é impossível.”
Ela ressalta, no entanto, que a personagem é bem diferente dela. “Mickey não confia em ninguém, e eu confio em todo mundo”, compara. “Ambas fazemos isso até demais, o que é parte do que me atrai em personagens porque, sabe, eles têm qualidades que são muito diferentes das minhas.”
No plano psicológico, Seyfried tentou se aproximar da personagem como pode. Ela diz que, assim como Mickey, tentou se manter longe das drogas por perceber o que elas fizeram com pessoas ao seu redor.
“Eu, como 99% das pessoas, conheço e sou próxima de pessoas que lutaram com problemas de uso de substâncias”, comenta. “De alguma forma, isso influenciou minha falta de desejo de experimentar qualquer droga exceto maconha, porque acho que é algo que você tem que fazer pelo menos uma vez. Acho que esse foi outro atrativo para mim na série, porque quero falar sobre essas coisas o máximo possível.”
A atriz acredita que a série possa mudar a percepção que se tem das pessoas que vão parar em um lugar como o mostrado na série. “Não conseguimos nos colocar no lugar do outro a menos que sejamos ensinados que as pessoas são tridimensionais e que nós estamos a apenas uma ou duas escolhas de distância de estar em um lugar como Kensington”, avalia. “Acho que é importante lembrar que realmente não somos tão diferentes de quem está naquela situação.”
Não bastassem todas essas questões, Mickey é mãe solo. Ela tenta conciliar os cuidados e a preocupação com o filho, Thomas (Callum Vinson), com a investigação em curso. Seyfried diz se identificar com isso.
“Algo que trouxe para o papel é minha própria culpa de mãe”, afirma. “Quando se tem filhos, isso muda tudo. Muda cada escolha que você faz, as coisas que você acaba amando fazer, seus hobbies, suas viagens… Acho que adoro interpretar mães porque sempre estamos, em algum nível, tentando equilibrar toda essa prioridade com seu trabalho.”
Em casa, ela diz, não é muito diferente. A ponto de ela ter mudado a forma como escolhe os papéis que vai aceitar. “Nunca vou parar de querer atuar, e meus filhos veem como é gratificante”, explica. “Só que agora eu sou mais exigente. Acho que isso também vem com a idade, mesmo sem filhos. Você sabe o desgaste emocional e físico que esses trabalhos causam. Então você precisa escolher com sabedoria.”
“LONG BRIGHT RIVER”
Quando Estreia 8/5 na Max
Classificação 16 anos
Elenco Amanda Seyfried, Nicholas Pinnock, Ashleigh Cummings, Callum Vinson e John Doman, entre outros.