SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Dentro da Igreja Católica, existem diversos cargos e títulos, mas entender o significado de cada um deles nem sempre é fácil. Qual a diferença entre um bispo e um arcebispo, por exemplo? Ou o que significa ser um cardeal-presbíteros?
O padre Paulo Profilo, professor de direito canônico da Unisal (Centro Universitário Salesiano de São Paulo) e da Faculdade de Direito Canônico São Paulo Apóstolo, da Arquidiocese de São Paulo, explica que há apenas três graus de sacramento na Igreja Católica: diácono, presbítero como também são chamados os padres e bispo.
Os outros cargos bastante conhecidos na instituição, como cardeais e arcebispos, não são sacramentos, mas títulos dados a quem já ocupa alguma dessas três ordenações. Veja abaixo quais são as principais funções na hierarquia do catolicismo:
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DIÁCONOS
Podem ser permanentes ou transitórios. No primeiro caso, a função é exercida por homens casados que, por desejarem dedicar tempo à igreja, passam por uma preparação teológica para serem ordenados. Já os transitórios são jovens que desejam seguir os próximos passos na Igreja Católica. Podem celebrar casamentos e batizados, dar bênçãos a pessoas e objetos e participar de ritos fúnebres (chamados de exéquias), além de ajudar padres e bispos na eucaristia.
PADRES
Também chamados de presbíteros, costumam presidir uma paróquia e são responsáveis pelos sacramentos da eucaristia, da penitência (confissão) e da unção dos enfermos. Os católicos consideram, segundo Profilo, que os padres agem na pessoa de Jesus ou seja, como se o próprio Cristo estivesse celebrando estes rituais.
BISPOS
Considerados sucessores dos apóstolos de Jesus, também agem na pessoa de Cristo, na visão dos católicos. São responsáveis pelo sacramento da crisma. Administram uma diocese (conjunto de paróquias). Supervisionam e orientam os padres de suas dioceses.
ARCEBISPOS
Título dado aos bispos que estão à frente de uma arquidiocese, como é chamada a diocese mais importante de uma região. A arquidiocese reúne outras dioceses em torno de si, formando uma província eclesiástica, estrutura que pode ser comparada a uma região metropolitana dentro da Igreja Católica. Cada diocese é independente, mas cabe ao arcebispo supervisionar os bispos.
CARDEAL
Depois do papa, é o título mais alto da Igreja Católica normalmente é conferido a bispos, mas pode haver nomeação de padres, embora seja mais raro. Os cardeais ajudam e aconselham o pontífice na condução da igreja, exercendo funções administrativas ou quando são convocados para lidar com assuntos relevantes para a Santa Sé. Quando um pontífice morre ou renuncia ao cargo, como fez Bento 16 em 2013, são responsáveis por organizar o conclave e eleger um novo líder.
O Colégio Cardinalício é dividido em três ordens, que funcionam como subtítulos, mas todos são considerados iguais. São elas:
Cardeais-bispos: grupo composto por sete cardeais. Cada um deles recebe um título de uma das igrejas suburbicárias, ou seja, próximas de Roma, que são consideradas as mais importantes. Elegem o decano, ou seja, o presidente do Colégio Cardinalício hoje, o cargo é ocupado pelo cardeal Giovanni Battista Re, 91.
Cardeais-presbíteros: costumam ser os bispos mais experientes, que ocupam a posição de cardeal há mais de dez anos. São atribuídos às igrejas titulares de Roma. O grupo é maioria entre os cardeais no Brasil, alguns exemplos são os cardeais dom Odilo Scherer, arcebispo de São Paulo, dom Orani Tempesta, arcebispo do Rio de Janeiro, e dom Paulo Cezar Costa, arcebispo de Brasília.
Cardeais-diáconos: são os cardeais mais novos, que recebem o título de uma diaconia uma igreja, explica Profilo, considerada menos importante. No conclave, após a eleição do novo papa, um cardeal-diácono ficará responsável por proclamar o “Habemus papam” (temos um papa, em latim) na janela do Vaticano, explica o padre Profilo.
PAPA
Considerado o sucessor de São Pedro, o primeiro pontífice da história, é o líder da Igreja Católica. Nomeia bispos e cardeais, e pode também canonizar figuras importantes para o catolicismo, elevando-as ao status de santos. Guia os fiéis com orientações ou até reformas o papa Francisco, por exemplo, autorizou a bênção de casais LGBTQIA+ e restringiu as missas em latim.
O papa também é chefe de Estado do Vaticano, que é um país soberano dentro de Roma, podendo assim exercer os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário.