SÃO PAULO, SP (UOL/FOLHAPRESS) – Ele não vem sendo titular do Palmeiras, mas nem por isso o Verdão está disposto a abrir mão de Raphael Veiga. O jogador é considerado por Abel Ferreira um ‘capitão invisível’.

O Verdão rejeitou propostas pelo meia mesmo sob protestos do jogador, conforme revelou Abel Ferreira. O português afirmou que faz questão de mantê-lo no time mesmo no banco.

O treinador vê em Veiga uma influência invisível importantíssima para o clube. O meia é quem mais ajuda a explicar o que significa o Palmeiras para novas contratações e jovens que sobem ao profissional.

“Talvez essa parada tenha sido boa para ele. Imagina a minha sorte de ter o Veiga no banco. Ele ajuda de muitas maneiras, é um capitão invisível. Talvez seja dos jogadores que mais ajuda a entender o que é o Palmeiras, a torcida, a exigência. Ajuda os mais jovens, integra e ajuda na adaptação dos que chegam. Eu valorizo muito isso. Nunca o deixamos sair mesmo com propostas e mesmo ele dizendo: ‘mas eu estou no banco’. Mesmo estando no banco, o clube reconhece esse trabalho invisível. Ninguém é obrigado a estar sempre nota 10. Às vezes temos que nos permitir, e é permitido passar momentos em que as coisas não estão saindo e nós como comissão vamos ajudá-lo para que volte àquilo que sempre foi e vai nos ajudar.”

O técnico palmeirense ainda lançou um desafio em entrevista: encontrar um jogador tão regular quanto Veiga em rendimento, performance, gols e assistências. Veiga somou 95 gols e 38 assistências nas últimas cinco temporadas, um total de 133 participações diretas.

“Talvez nos últimos quatro anos, tirando o ano passado, tenha sido o jogador mais regular, se não um dos melhores do futebol brasileiro dos últimos anos. Basta ver os números dele. Só que o futebol brasileiro não dá tréguas a ninguém. São oito anos no Palmeiras. No início foi duro para ele, vi gente queimando camisa dele. No ano seguinte, chegou a ir para a seleção. Não há problema ficar no banco e quando jogar voltar a ajudar. Fazer o que ele fez nos últimos quatro anos, me diga um jogador que tenha conseguido no Brasil um rendimento e performance, gols e assistências, como ele. Não tem. Desafio.”

Em rápido levantamento, o UOL encontrou quatro jogadores que ultrapassam Veiga em números: Pedro (135 gols e 29 assistências), Hulk (114 gols e 44 assistências), Gabigol (118 gols e 32 assistências) e Germán Cano (134 gols e 16 assistências). Apesar do ‘desafio’ de Abel não especificar posição, todos os que ultrapassam Veiga são atacantes, não meias. Arrascaeta, que seria uma comparação mais justa em termos de posicionamento em campo, fica um pouco atrás: 55 gols e 70 assistências.