As manifestações do Dia do Trabalhador, realizadas nesta quarta-feira (1º) em diversas cidades brasileiras, registraram baixa adesão em alguns locais, como em São Paulo, onde os atos organizados por sindicatos e movimentos sociais não tiveram grande presença de público. A deputada federal Erika Hilton (Psol-SP) comentou a situação e sugeriu que a movimentação para o show da cantora Lady Gaga, marcado para o sábado (3) no Rio de Janeiro, pode ter influenciado a participação na capital paulista.

Segundo Erika, apesar do número reduzido de manifestantes, as mobilizações mantêm sua importância simbólica e política, especialmente diante da defesa de pautas como o fim da escala 6×1 — modelo que impõe seis dias consecutivos de trabalho para um de descanso — e da proposta de redução da carga horária semanal de 44 para 36 horas. A parlamentar é autora de um projeto de lei que visa diminuir a jornada semanal com foco na melhoria da saúde mental, da qualidade de vida e da produtividade dos trabalhadores.

As manifestações desta quarta-feira foram articuladas em parte pelo Movimento Vamos Abolir a Tiranização (VAT), criado pelo vereador Rick Azevedo (Psol-RJ), e vêm ganhando força nas redes sociais desde o final de 2024. Os protestos também ocorreram em outras capitais, embora com diferentes níveis de engajamento.

A justificativa de Erika Hilton para a baixa participação em São Paulo foi alvo de críticas por parte de parlamentares da oposição, que ironizaram a correlação entre o evento musical e a mobilização trabalhista. O episódio ocorre em um contexto de menor presença institucional do governo federal nos atos deste ano. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que em 2024 participou pessoalmente das celebrações, optou em 2025 por gravar um pronunciamento oficial em vez de comparecer aos eventos públicos.

Apesar das divergências e da recepção desigual nas ruas, partidos de esquerda consideram que a mobilização deste 1º de Maio cumpre um papel estratégico ao manter a pressão sobre o Congresso Nacional pela tramitação de propostas voltadas à reforma trabalhista. A redução da jornada tem sido apontada por Erika Hilton como uma bandeira central da atuação da nova esquerda no Parlamento.