SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O apresentador Scott Pelley, do programa “60 Minutes”, da CBS, repreendeu a empresa proprietária da rede no ar, na noite de domingo (27), ao falar sobre a renúncia do produtor executivo Bill Owens.
“A Paramount começou a supervisionar nosso conteúdo de novas maneiras. Nenhuma de nossas reportagens foi bloqueada, mas Bill sentiu que perdeu a independência que o jornalismo honesto exige”, disse. “Ninguém aqui está feliz com isso.”
O comentário foi feito em meio a especulações de que a Paramount, liderada por Shari Redstone, tenta controlar o bem-sucedido programa de notícias enquanto busca aprovação regulatória para uma fusão com a empresa Skydance.
“As histórias que perseguimos por 57 anos são frequentemente controversas ultimamente a guerra Israel-Gaza e a administração Trump,” disse o jornalista veterano. “Bill garantia que fossem precisas e justas. Ele era rigoroso nesse sentido, mas nossa empresa-mãe Paramount está tentando concluir uma fusão. A administração Trump precisa aprová-la.”
Documento obtido pelo New York Times mostra que Owens informou os funcionários da emissora sobre o motivo de seu afastamento. Ele teria dito que não poderia mais dirigir o programa da maneira que acha adequado.
“Tendo defendido este programa e o que representamos de todos os ângulos, ao longo do tempo, com tudo o que pude, estou me afastando para que o programa possa seguir em frente”, teria escrito.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, processou o “60 Minutes” após as eleições de 2024 por causa de uma entrevista que o programa fez com Kamala Harris, candidata presidencial democrata derrotada. Ele alegou que a entrevista foi editada de forma enganosa e fez ataques ao programa nas redes sociais.