SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – Lady Gaga já chegou ao Rio de Janeiro para show gratuito que fará no próximo sábado (3), na praia de Copacabana. A cantora já esteve na cidade em 2012. Em 2017, sua vinda ao país precisou ser cancelada devido a uma forte crise de fibromialgia.

Na época, Gaga se manifestou por meio das redes sociais para anunciar aos fãs brasileiros que uma crise de dores musculares, causada por sua doença, a impediriam de comparecer ao show: “Brasil, estou devastada. Não estou bem o suficiente para ir ao Rock in Rio. Eu faria qualquer coisa por vocês, mas preciso cuidar do meu corpo agora”. A primeira parte do pronunciamento —Brazil, I’m devastated— acabou virando meme.

Fibromialgia é uma síndrome que provoca dor generalizada, especialmente em músculos e tendões, além de causar fadiga intensa, distúrbios do sono, alterações de memória e atenção, ansiedade e até depressão. Pacientes relatam redução significativa na qualidade de vida e na capacidade de realizar atividades comuns do dia a dia, segundo o Ministério da Saúde.

Suspeita-se que a síndrome seja provocada por fatores genéticos, neurológicos, psicológicos ou imunológicos, mas ainda não há consenso na medicina sobre as causas. Pode aparecer após eventos graves como um trauma físico, psicológico ou mesmo uma infecção.

Não existe exame para identificar a fibromialgia, assim como também não há cura. O diagnóstico é dado pelo médico reumatologista, que prescreve o tratamento adequado para controlar os sintomas.

Um método para detectar a doença é baseado nos chamados pontos sensíveis, no qual 18 pontos no corpo são pressionados. Se o paciente sentir dor em 11 deles, é provável que o diagnóstico seja fechado. A fadiga extrema, que não melhora mesmo com longos períodos de sono, também pode ser um alerta para a fibromialgia.

O tratamento envolve tanto o uso de medicamentos quanto a prática de terapias, como fisioterapia e acupuntura, e a atividade física. “Com o acompanhamento fisioterapêutico adequado e tratamento individualizado, é possível controlar os sintomas, aliviar dores e, consequentemente, dar mais conforto ao paciente”, diz o fisioterapeuta da Universidade Guarulhos (UNG) Felix Neto.

Em 2017, Gaga fez uma pausa na carreira para se concentrar nos cuidados à saúde. Em 2020, em entrevista à Oprah Winfrey, ela contou que adotou a prática da terapia comportamental dialética (DBT, na sigla em inglês) como tratamento, aliada ao uso de medicamentos. A DBT é um tipo de terapia da fala baseada na terapia cognitivo-comportamental (TCC), mas especialmente adaptada para pessoas que vivem emoções muito intensas, segundo a Cleveland Clinic.

A cantora, no entanto, também convive com o lúpus, uma doença inflamatória autoimune, em que o sistema imunológico “ataca” múltiplos órgãos e tecidos, como pele, articulações, rins e cérebro. Em casos mais graves, se não for tratada adequadamente, pode matar. Atinge em sua maioria mulheres jovens, de 15 a 45 anos, segundo dados da Sociedade Brasileira de Reumatologia.

A maioria das doenças autoimunes são crônicas e muitas delas podem ser controladas com tratamento. Além disso, os sintomas podem aparecer e desaparecer continuamente, sem causa aparente, segundo o Ministério da Saúde.

Não há um consenso sobre o que causa o lúpus. No entanto, os estudos da literatura médica apontam que as doenças autoimunes, o que inclui o lúpus, podem ser uma combinação de fatores, como os hormonais, os infecciosos, os genéticos e os ambientais. A exposição à luz solar, infecções ou o uso de determinados antibióticos podem desencadear o desenvolvimento da doença.

Algumas das recomendações da Sociedade Brasileira de Reumatologia a pacientes com lúpus são evitar exposição ao sol, uso de cigarro e fazer atividade física regularmente.