BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – Márcia Lopes, ex-ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, está cotada para o Ministério das Mulheres no lugar de Cida Gonçalves, segundo aliados do presidente Lula (PT).
Assistente social e professora, Márcia foi uma das coordenadoras do grupo técnico de assistência social no governo de transição, ao lado da ministra Simone Tebet (Planejamento) e da ex-ministra Tereza Campello. É também irmã do atual secretário nacional de Economia Popular e Solidária do Ministério do Trabalho, Gilberto Carvalho, que também é ex-secretário geral da Presidência.
Em 2012, ela foi candidata à Prefeitura de Londrina (PR) pelo PT, chegando em terceiro lugar.
A escolha de Márcia para o cargo, se confirmada, representará a retomada da reforma ministerial prometida por Lula desde o ano passado, mas realizada a passos lentos, em um sinal adicional da fragilidade política do governo nesta segunda metade do mandato.
Márcia ocupou diferentes cargos no Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome durante o segundo mandato de Lula, chegando ao posto de ministra em 2010.
Além da saída de Cida, aliados do presidente apostam na substituição do secretário-geral da Presidência, Márcio Macêdo. Lula se queixa do desempenho dele, de acordo com relatos de seus interlocutores.
O deputado Guilherme Boulos (PSOL-SP) continua cotado para a vaga. Um dos obstáculos para sua escolha seria, porém, sua candidatura à Câmara dos Deputados em 2026, o que impediria sua permanência no cargo durante as próximas eleições.
Planejada inicialmente para depois do pleito do ano passado, a reforma ministerial se arrasta há seis meses.
Em 2024, aliados de Lula afirmavam que o redesenho da Esplanada seria realizado a partir da correlação de forças que saísse das urnas nas eleições de outubro, para preparar o governo e o PT para a corrida presidencial de 2026.
Depois, o chefe da Casa Civil, Rui Costa, chegou a anunciar para 21 de janeiro a nova escalação do ministério de Lula.
Em janeiro, houve apenas uma substituição no primeiro escalão do governo: a entrada de Sidônio Palmeira na Secom (Secretaria de Comunicação do Palácio da Presidência) no lugar do deputado Paulo Pimenta (PT-RS).
Frustrada a expectativa criada por Costa, a nova versão de aliados do presidente era que Lula esperaria pelas eleições na Câmara e no Senado, ocorridas em fevereiro, além da sucessão do PT.
Em fevereiro, o presidente demitiu Nísia Trindade da Saúde, substituindo-a por Alexandre Padilha (PT). Para o lugar dele na SRI (Secretaria de Relações Institucionais), foi nomeada Gleisi Hoffmann, então presidente do PT.
Sucessivas crises, como a provocada por disseminação de falsa informação sobre taxação do Pix, deixaram a reforma em segundo plano. Na semana marcada pela morte do papa Francisco, Lula também não se dedicou à articulação das trocas na equipe, segundo um integrante do governo.