SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) – O Ministério Público de São Paulo ofereceu denuncia à Justiça nesta terça-feira (29) contra Maicol Antonio Sales dos Santos, 23, pela morte da adolescente Vitória Regina de Sousa, 17. Ela foi assassinada em fevereiro em Cajamar, na região metropolitana de São Paulo.

Maicol foi denunciado por sequestro qualificado, feminicídio e fraude processual. Em relação ao sequestro e à morte, segundo a Promotoria, não há possibilidade de participação de nenhuma outra pessoa.

Haverá uma nova investigação para avaliar a possibilidade da participação de outro suspeito, uma vez que a perícia encontrou fragmento de material genético compatível com outro homem no carro de Maicol. O material foi encontrado na porta do passageiro.

Para isso, foi instaurado um novo inquérito para investigar a ocultação de cadáver. Porém, ainda não há suspeitas concretas sobre a possibilidade de outra pessoa no crime de ocultação de cadáver.

Vitória desapareceu no final da noite de 26 de fevereiro ao retornar do trabalho. Naquele dia, de acordo com a investigação, Maicol rastreou os passos dela pelas redes sociais. O suspeito teria apagado as movimentações, que foram descoberta pelos policiais com o uso de um aplicativo autorizado pela Justiça.

Ela foi encontrada morta em uma área de mata no dia 5 de março. A investigação da Polícia Civil aponta que Vitória foi sequestrada e morta por Maicol, e que ele teria agido sozinho. Os investigadores apontam que uma pessoa poderia ter ajudado ele apenas a ocultar o cadáver da adolescente.

Segundo a polícia, ele confessou ter cometido o crime e disse que ofereceu carona para Vitória naquele dia. No interior do veículo, teriam discutido, e ele então a esfaqueou. Operador de empilhadeira, Maicol disse durante o seu interrogatório estar “muito arrependido” de ter matado a adolescente.

Segundo o documento, Maicol, preso no dia 8, contou ter matado a adolescente para evitar que ela revelasse a atual mulher dele um suposto envolvimento entre os dois no passado. Ele relata que a golpeou com uma faca enquanto conversavam em seu carro.

A confissão, porém, não é aceita pela defesa de Maicol. Eles consideram que o interrogatório não tem validade, uma vez que não estavam presentes naquele momento. Os advogados afirmam ainda que Maicol foi coagido para confessar.

A perícia realizada pela Polícia Técnico-Científica no carro de Maicol encontrou material biológico de três perfis genéticos –ou seja, além da vítima e do suspeito, há vestígios de uma terceira pessoa no veículo. A perícia, porém, não conseguiu descobrir a identidade dessa pessoa. Verificou apenas que é um homem.

A defesa de Maicol não se manifestou sobre o terceiro perfil genético apontado no carro.

A Polícia Civil diz que a participação de Maicol no crime se tornou ainda mais evidente após a perícia ter encontrado manchas de sangue de Vitória na casa dele, mais precisamente na porta do banheiro.

A perícia, segundo a Polícia Civil, ainda teria encontrado resíduos do crime na pia da cozinha e encanamento, piso e tomada do quarto, além de amplas áreas nos pisos da sala e da cozinha.