Com o objetivo de impulsionar a doação de sangue no Brasil, a deputada federal Rosana Valle (PL-SP) apresentou nesta sexta-feira (25) uma proposta na Câmara dos Deputados que amplia de uma para três as folgas anuais garantidas a trabalhadores que praticarem esse ato de solidariedade.
Atualmente, a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) prevê apenas um dia de dispensa por ano para quem doa sangue. Se aprovado, o novo texto permitirá que o trabalhador se ausente do serviço uma vez a cada quatro meses para realizar a doação.
Rosana Valle defende que a medida é necessária para enfrentar a escassez crônica nos bancos de sangue. “Vários hemocentros, como a Santa Casa de Misericórdia de São Paulo, chegaram a operar com menos de 30% do estoque necessário, especialmente durante férias e feriados”, ressaltou.
Segundo o Ministério da Saúde, cerca de 1,4% da população brasileira doa sangue regularmente, um índice que, embora esteja dentro dos parâmetros mínimos recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), ainda é insuficiente para suprir a demanda crescente por transfusões.
A proposta também beneficia quem doa plaquetas, liberando a ausência do trabalho a cada 60 dias — uma estratégia para estimular ainda mais a cultura da doação voluntária no país. “Cada ato de doação pode impactar até quatro vidas. É essencial criar incentivos que deem suporte a essa prática vital”, afirmou a deputada.
O alerta para a necessidade de doações é reforçado pela Fundação Pró-Sangue de São Paulo, que aponta níveis críticos para o tipo sanguíneo O+ e situação de alerta para os tipos A- e B-. Além disso, a Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo recomenda que os interessados em doar façam isso antes de receber vacinas, pois algumas exigem períodos de espera: 48 horas para a vacina da gripe, sete dias para a da Covid-19 e até quatro semanas para as de dengue e febre amarela.