RIO DE JANEIRO, RJ (UOL/FOLHAPRESS) – O técnico do Flamengo, Filipe Luís, não escondeu a alegria por poder contar com o talento de Pedro desde o início da goleada por 4 a 0 sobre o Corinthians. O centroavante fez seu primeiro jogo como titular do ano e já chegou ao quarto gol no Brasileirão neste domingo, foram dois.
“Não parece que ele tenha ficado tanto tempo fora, né? Com a bola, a questão fina com a bola, ele está incrível. A gente via isso nos treinamentos. Os próprios médicos tinham que freá-lo porque ele estava vindo muito bem na recuperação, mas existem prazos e era importante cumprir. Agora, temos que continuar com essa sequência de minutos para ele. É um jogador determinante, decisivo e que acredito que vá potencializar ainda mais o nosso ataque”, disse Filipe Luís.
Jogador de Copa do Mundo. “Há alguns movimentos que ele precisa automatizar mais para que a equipe possa entender a forma de jogar que ele tem. Não tenho dúvida que vai elevar ainda mais o nível do nosso ataque, que já é muito forte. Ele mesmo sabe que fisicamente não está 100%, mas conseguiu ser titular e fazer um jogo muito muito bom. Vamos esperar que siga nessa evolução porque é um jogador de Copa do Mundo, todo mundo sabe”.
A volta de Pedro ao time titular ajudou a quebrar a série de dois jogos que o Flamengo tinha sem balançar as redes. “Se você olhar a tabela da Europa, nem o Barcelona, nem o Paris fazem gols todos os jogos. Muitas vezes, perdem gols. Daí, olhamos e fazem quatro, cinco. Conheço o Flamengo, estou aqui há seis anos. Quando não conseguimos as coisas, por exemplo, empatamos com o Vasco, não fizemos gols, criamos várias chances, mas não fizemos, mas a torcida ou os analistas de YouTube ou Twitter precisam achar um culpado. Começam a analisar quem é o culpado. “Ah, o culpado é que o Gerson está jogando no ataque, o Bruno Henrique, ou Michael” e fazem a cruz no jogador e começam a decidir pelo torcedor, e o torcedor consome isso. O que eu quero pedir é que não consumam o que eles falam”, disse o treinador, que continuou:
“Eu também analiso minha equipe, também sei o que se pode melhorar. E quando não fazemos gols, os jogadores são os primeiros que pedem mais finalizações, que sabem que têm que melhorar, ser mais frios, criar mecanismos para fazer gols. Esse time já deu muitas alegrias e é o time mais goleador do Brasil em 2025. Eu sei o que estou fazendo, sei o caminho para chegar até o gol do adversário. Tem dias que eles vão fazer gols, tem dias que vão chutar 20 e, infelizmente, não vai entrar. Isso acontece porque o adversário também joga. Entramos com os melhores 11 da América em campo, mas o adversário também joga, sabe anular”.
“Deixa comigo, quem vai errar sou eu. Deixa que esse é o meu trabalho.”
O QUE MAIS FILIPE LUÍS DISSE
Atropelo sobre o Corinthians
“O treinador sempre espera uma atuação de gala, um time concentrado, dominante, que pressione e faça gols. Sempre penso isso. Deito no travesseiro e penso: ‘Tomara que nesta segunda-feira (28) seja a melhor atuação da nossa equipe’. Sempre almejo isso e preparo isso. Sempre brinco com meu auxiliar que, na prancheta, eu ganhei todos os jogos. Nunca perdi um jogo na prancheta. O problema é que, no campo, o adversário joga, as fichas se mexem e não é tão simples assim. O nosso primeiro tempo neste domingo (27) foi muito efetivo, jogamos muito bem. O Corinthians teve méritos nesse pequeno momento de oscilação que tivemos, que tem muita qualidade. Teve algum desajuste da minha parte para os jogadores para pressionar, o que tentamos corrigir logo no primeiro tempo e conseguimos voltar para o jogo. Mas o nível de atuação contra o Vasco no primeiro tempo foi muito parecido, só que contra o Vasco a bola não entrou. E entrou um gol cedo contra o Corinthians, isso fez o time jogar mais leve, mais solto. Isso fez desenvolver melhor. O gol e o resultado têm muita influência no mental dos jogadores, na torcida. Eu, como treinador, tenho que separar o resultado e continuar evoluindo a equipe. O resultado não pode enganar nunca, mas eu estou muito feliz com o que vi neste domingo (27) no campo, claro. E espero que possa se repetir mais vezes”.
Pedro e Cebolinha na frente
“A escolha pelo Cebolinha foi pelo plano de jogo pelo que imaginei que aconteceria com o Corinthians na fase defensiva. Achei que seria um jogo melhor para o Cebolinha. Ele tem essa relação sócio afetiva com o Pedro, e Arrascaeta, e se entendem muito bem. Muitas vezes o Pedro gosta de fazer um jogo associativo e ele é o cara que dá profundidade, Michael também faz bem isso. Cebola vem de uma lesão muito grave e é outro jogador que parece que não sentiu todo esse tempo parada. Temos coisas para trabalhar e melhorar, mas é bom ter Cebola, Michael, Bruno, Luiz, Plata que podem jogar nesse lado. Importante é que eles se sintam confortáveis em campo”
Falha de Hugo Souza, do Corinthians
“Já falei sobre Hugo. É amigo que tenho como ex-companheiro durante alguns anos. Potencial muito grande e muito corajoso porque decidiu sair e era o momento de sair. Aqui a situação estava bem delicada, as portas estavam se fechando e ele teve muita coragem para ir para Portugal, em um clube de menor expressão. Para ele foi muito bom sair desse contexto do Rio de Janeiro e neste domingo (27) ele é o goleiro que ele é. A falha que teve não quer dizer nada pelo respeito que ele tem com a torcida do Corinthians, com grandes atuações, e neste domingo (27) fez grandes defesas”.
“Química” entre De la Cruz e Pulgar
– Meu modelo pede muito que os volantes sejam o coração do time e muito do que acontece depende deles. Os quatro volantes mais o Gerson são os que podem jogar ali. E todos eles tem tido bom desempenho. O Everton Araújo foi contra a LDU, Alan bem contra o Vasco. Pulgar e De la Cruz estiveram mais minutos juntos e desenvolveram essa química em campo. E eles se entendem muito bem. Para dentro, me apego a muitos outros aspectos além da posse de bola, como cobertura, detalhes em que eles são muito completos. Cobram muito a zona do campo e fazem com que com e sem bola estejam sempre bem posicionados. Nico vem tendo desempenho muito alto e ritmo alto, coisa que achava que ele tinha que melhorar. São muito importantes.