RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O Ministério Público de São Paulo apura uma suposta série de agressões contra pessoas em situação de rua em Ribeirão Preto, no interior paulista. Os casos vieram à tona após a denúncia feita pela Comissão de Direitos Humanos da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) da cidade, que encaminhou imagens à Promotoria, na última quarta-feira (23).

Os vídeos mostram episódios de violência registrados de fevereiro a outubro de 2024. As vítimas e os agressores ainda não foram identificados.

Em um dos vídeos, gravado em um posto de combustíveis desativado na avenida Caramuru, na zona sul de Ribeirão, duas pessoas aparecem sentadas junto a uma parede enquanto são cercadas por um grupo. Um homem vestido de azul agride uma das vítimas com chutes e golpes de um objeto semelhante a um taco de baseball.

Outro registro aponta para uma possível acusação de roubo contra uma das vítimas antes da agressão, mas a localização da gravação ainda não foi confirmada. A denúncia indica que o episódio teria ocorrido no Boulevard, na mesma região.

No vídeo, uma pessoa em situação de rua aparece sentado no chão e é chutado nas costelas e cabeça por dois homens que não são filmados. Um do agressores insinua que o homem faria um roubo.

Segundo Douglas Eduardo Campos Marques, vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB de Ribeirão Preto, as imagens foram gravadas em locais públicos e registram datas e horários, o que, para ele, indica que os autores agiram com a certeza de impunidade.

“Essas denúncias chegaram para a comissão de forma anônima, sendo apuradas e confirmadas. A partir disso, enviamos para apuração do Ministério Público. As agressões são estarrecedoras e mostram não só a brutalidade daquela violência, como também a certeza de impunidade. Quem fez, agiu sem se importar com esses registros. Então temos que cobrar uma pronta resposta para que isso não ocorra mais”, afirmou o advogado.

Em nota, a OAB afirmou que recebeu diversas denúncias de violência contra a população em situação de rua nos últimos meses e que encaminhou o material ao Ministério Público para que sejam adotadas as providências cabíveis. A entidade declarou ainda que acompanha as investigações.