RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS) – O empresário João Ricardo Rangel Mendes, 44, ex-CEO da Hurb (antigo Hotel Urbano), foi preso em flagrante nesta sexta-feira (25) suspeito de furtar obras de arte de um hotel e de um escritório de arquitetura em um shopping de luxo na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio de Janeiro.

De acordo com a Polícia Civil, Mendes foi localizado em uma cobertura na Barra, onde grande parte das obras furtadas foi recuperada.

A Folha não localizou a defesa do empresário.

Os crimes vinham sendo investigados pela 16ª DP (Barra da Tijuca), que identificou o empresário após a análise de imagens de segurança e diligências no local dos furtos.

Segundo os agentes, o primeiro crime aconteceu em um hotel de luxo da região, de onde foram subtraídos quadros e esculturas.

Pouco depois, outro furto semelhante foi registrado em um escritório de arquitetura em um shopping center do mesmo bairro. A polícia constatou que Mendes utilizou uma mesma motocicleta nas duas ações.

Durante a tentativa de prisão, o empresário tentou fugir, mas foi capturado no terraço de seu apartamento. Dentro do imóvel, foram encontradas três esculturas de cerâmica e um dos quadros furtados do hotel, avaliados em cerca de R$ 23 mil.

Segundo a polícia, apenas uma das pinturas levadas ainda não foi localizada. Todo o material recuperado foi devolvido aos proprietários.

Mendes foi autuado em flagrante pelo crime de furto, e as investigações continuam para tentar encontrar a obra de arte ainda desaparecida.

O Hurb, empresa de turismo que ele comandava até o ano passado, enfrenta atualmente uma série de processos judiciais movidos por consumidores e fornecedores.

ENTENDA O HISTÓRICO DE RECLAMAÇÕES

Em 2023, clientes relataram dificuldades com estornos e confirmações de reserva na plataforma Hurb. Em abril, o Ministério da Justiça abriu uma ação contra a empresa após registrar uma disparada de reclamações de cancelamentos de reservas em hotéis e pousadas.

Na época, o governo deu 48 horas para que a Hurb comprovasse ter recursos financeiros para honrar os pacotes de viagens vendidos, sob risco de ter seus serviços suspensos. O prazo foi estendido em maio daquele ano, e a empresa apresentou o plano de reestruturação ao governo.

No mesmo mês, o ministério suspendeu a venda de pacotes flexíveis, e a companhia aérea Latam parou de emitir passagens pela plataforma. A Hurb demitiu 40% de seu quadro de funcionários após a suspensão.

Em outubro de 2023, clientes ainda relatavam dificuldade em obter o reembolso pela empresa, que foi líder de reclamações dos consumidores no ranking do Procon-SP daquele ano.

Em setembro de 2024, Hurb disse que lançaria uma plataforma para negociar as dívidas com clientes, e ofereceu um upgrade para os consumidores que já tinham comprado pacotes flexíveis antes da suspensão, que completava mais de um ano.

Os irmãos fundadores do Hurb se tornaram réus em dezembro, sob acusação de estelionato por não ressarcirem R$ 3.957,60 a uma cliente. Empresa ainda foi a terceira mais reclamada no ranking do Procon-SP do ano passado.