ROMA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – O papa Francisco será enterrado neste sábado (26), cinco dias após a sua morte. A missa das exéquias será celebrada em frente à Basílica de São Pedro, voltada para a praça de mesmo nome. A cerimônia tem início às 5h (de Brasília).
Após 12 anos de papado, o argentino Jorge Mario Bergoglio morreu, aos 88, depois de sofrer um AVC (acidente vascular cerebral), seguido de coma e parada cardiorrespiratória. Semanas antes, havia ficado internado por quase 40 dias devido a uma pneumonia em ambos os pulmões.
Celebrada pelo decano do Colégio Cardinalício, Giovanni Battista Re, a missa fúnebre será acompanhada por quase 170 delegações internacionais, lideradas por chefes de Estado e de governo, além de monarcas.
A primeira fila, ao lado do altar, terá os representantes da Itália e da Argentina, por ser o país-natal do papa. A primeira-ministra Giorgia Meloni e o presidente Javier Milei estarão sentados perto um do outro, entre as demais autoridades de seus países.
A lista inclui também os presidentes Donald Trump (EUA), Emmanuel Macron (França) e Marcelo Rebelo de Souza (Portugal); os primeiros-ministros Keir Starmer (Reino Unido), Olaf Scholz (Alemanha) e Viktor Orbán (Hungria); e representantes da União Europeia, como Ursula Von der Leyen e Antonio Costa. Entre os monarcas, os reis de Espanha, Bélgica e Dinamarca. O príncipe William, do Reino Unido, representa o rei Charles 3º.
O presidente Lula estará acompanhado da primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, e dos presidentes Hugo Motta (Câmara), Davi Alcolumbre (Senado) e Luis Roberto Barroso (STF).
Após Itália, Argentina e monarcas, a acomodação dos países será definida por ordem alfabética do francês. Ou seja, os EUA não estarão como “United States of America”, mas como “États-Unis d’Amérique”. O presidente Lula deve se sentar perto dos representantes de Canadá e Cabo Verde.
O esquema de segurança em torno do Vaticano, em vigor desde terça-feira (22), será reforçado ainda mais. Caças, um destróier, radares e dispositivos antidrone estarão mobilizados por toda a capital.
São esperadas 200 mil pessoas para acompanhar a cerimônia na praça. Telões foram instalados em outros pontos da cidade. Em três dias de velório, 250 mil foram à basílica se despedir do papa.
A missa das exéquias segue um ritual que foi atualizado pelo próprio papa Francisco no ano passado. Várias etapas que envolvem a morte de um pontífice foram simplificadas, como o caixão, que antes eram três, um dentro do outro, e agora é somente um de madeira.
Na missa, depois dos ritos de introdução, vêm a liturgia da palavra, com a primeira leitura, dos Atos dos Apóstolos, e a segunda leitura, com trecho da Carta de São Paulo aos Filipenses. Após o canto de aclamação do Evangelho, vem a homilia.
Na oração universal, ou oração dos fiéis, um trecho será recitado também em português: “Pelos povos de todas as nações: que, praticando incansavelmente a justiça, possam estar sempre unidos no amor fraterno e busquem incessantemente o caminho da paz.”
Em seguida, vêm os ritos da eucaristia, da comunhão e a Última Recomendação e Adeus, em que é recitada a Súplica da Igreja de Roma, com a menção dos santos, inclusive os papas canonizados, que foram incluídos na revisão feita por Francisco.
Ao fim da missa, o caixão do papa será levado em cortejo para a Basílica de Santa Maria Maior, onde ele escolheu ser sepultado. O deslocamento, transmitido ao vivo, será uma operação sem precedentes. O último papa enterrado fora do Vaticano foi Leão 13, em 1903, na Basílica de São João Latrão.
Lá, o caixão de Francisco será recebido, nos degraus da igreja, por um grupo de 40 pessoas formado por moradores de rua, detentos, imigrantes e pessoas transgêneros. Cada um terá uma rosa branca em mãos.
Por fim, em cerimônia reservada, comandada pelo camerlengo, o cardeal Kevin Farrell, ele será sepultado sob o túmulo de mármore, com a inscrição Franciscus, em latim.