BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS) – O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) realizou tomografias de tórax e abdômen que descartaram complicações ou necessidade de novos procedimentos, segundo boletim médico divulgado na manhã desta sexta-feira (25) pelo hospital DF Star, de Brasília.

O mesmo documento afirma que Bolsonaro se apresenta “estável clinicamente e sem novos picos de elevação da pressão arterial”. O ex-presidente permanece internado na UTI (Unidade de Terapia Intensiva) sem previsão de alta.

Bolsonaro está internado desde 11 de abril. Ele foi submetido a cirurgia abdominal no último dia 13 -a sexta intervenção cirúrgica desde a facada que levou sete anos atrás.

Boletim médico divulgado na quinta-feira (25) havia apontado piora em seu quadro, com “elevação da pressão arterial e piora dos exames laboratoriais hepáticos”.

O documento desta sexta diz que ‘foram tomadas medidas para controle das alterações dos exames laboratoriais do fígado”. “Ontem, foi submetido a tomografias de tórax e abdômen, que foram compatíveis com uma evolução normal do pós-operatório, descartando complicações ou necessidade de novos procedimentos. ”

O boletim afirma que Bolsonaro permanece em jejum oral e com pausa temporária da nutrição parenteral. “Segue com a fisioterapia motora e as medidas de prevenção de trombose venosa”, diz o documento. “Persiste a recomendação de não receber visitas e não há previsão de alta da UTI”, afirma ainda.

O vereador Carlos Bolsonaro (PL-RJ) disse, em publicação no X, antigo Twitter, que seu pai “continua há quase duas semanas sem atividade intestinal”. Ainda afirmou que o ex-presidente está com o fígado sobrecarregado por remédios e “sofre com soluços constantes”.

“A pressão, que já estava alta, descompensa e precisa de mais acompanhamentos constantes”, afirmou ainda o filho de Bolsonaro.

Carlos atribuiu a alteração no quadro clínico à visita de uma oficial de Justiça ao quarto de UTI de Bolsonaro, na quarta-feira (24), para entregar ao ex-presidente a intimação sobre o início do processo penal em que ele é acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado.

A intimação foi determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, mas não foi citada nos boletins divulgados pela equipe médica do ex-presidente.

A ordem foi cumprida pela oficial de Justiça após Bolsonaro dar entrevista na segunda (21) por vídeo ao SBT Brasil, da cama de seu quarto de UTI, e, na terça-feira (22), ter participado de live em que conversou com seus filhos. O ex-piloto Nelson Piquet também participou.

“A divulgação de live realizada pelo ex-presidente na data de ontem (22/4) demonstrou a possibilidade de ser citado e intimado hoje (23/4)”, disse Moraes na decisão.