ROMA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – A morte do Papa Francisco abriu um novo capítulo na Igreja Católica, com os cardeais já engajados nas congregações gerais, reuniões que antecedem o Conclave. Nessas discussões, temas como o legado de Francisco e a escolha do próximo líder da Igreja estão em pauta.

O cardeal alemão Gerhard Ludwig Müller, expoente da ala ultra conservadora do Vaticano, declarou que “a era Francisco chegou ao fim”. Em entrevista ao La Repubblica, ele afirmou que o Conclave deve marcar o “fim de uma era” e que não se deve eleger um sucessor direto do último pontífice.

Müller criticou aspectos centrais do pontificado de Francisco. Ele destacou sua postura inclusiva em relação a homossexuais, divorciados, o papel das mulheres na Igreja e o diálogo inter-religioso com o Islã como pontos de discórdia.

Segundo Müller, o papa argentino teria gerado “ambiguidade” em várias questões. Ele comparou a Igreja a organizações políticas como o Fórum Econômico Mundial ou as Nações Unidas, criticando essa visão.

As declarações refletem divisões internas na Igreja. Parte dos cardeais acredita que Francisco tornou a instituição mais aberta, mas menos definida doutrinariamente, enquanto outros defendem a continuidade de seu legado.

A data do Conclave ainda está por ser definida. Conforme as regras vaticanas, a eleição deve ocorrer entre 6 e 10 de maio, dentro de 15 a 20 dias após a morte do papa.