ROMA, ITÁLIA (FOLHAPRESS) – Acabaram-se os dias de tranquilidade na basílica papal Santa Maria Maior. Escolhida pelo papa Francisco para receber seu túmulo, a igreja, uma das mais suntuosas de Roma, entrou nos últimos dias na meta de peregrinos e turistas.

Localizada na região central da capital italiana, perto da principal estação de trens da capital, a basílica, apesar de bastante procurada, não costumava registrar filas. Na tarde desta quinta-feira (24), no entanto, era preciso esperar cerca de meia hora para entrar. Além do maior volume de pessoas, desde o início do Jubileu da Igreja, em dezembro, um posto de controle, com detector de metais, foi instalado ali, engarrafando o acesso.

Lá dentro, enquanto pessoas rezavam e esperavam sentadas o início de uma missa, grupos de peregrinos, alguns com dezenas de integrantes, circulavam rumorosos. Enquanto turistas olhavam detalhes do teto de madeira dourada, os mais religiosos faziam fila para descer e espiar, sob o altar, fragmentos da manjedoura onde o menino Jesus teria sido colocado.

Uma das aglomerações era em frente a tapumes, protegidos por uma fita de isolamento. Ali atrás está sendo preparada a sepultura do papa Francisco. Seu caixão será levado para lá logo após a missa fúnebre, celebrada na manhã do sábado (26). Não dava para ver nada, mas mesmo assim muita gente fotografava, observada por um padre à espera de confissões.

Foi nesta quarta-feira (24) que o Vaticano revelou como será o túmulo do argentino Jorge Mario Bergoglio. Sóbrio e claro, é feito de mármore da Ligúria, região onde viveram os avós do papa. De decoração, apenas a inscrição Franciscus, na versão em latim do nome papal, e a reprodução da sua cruz peitoral. Está no nível do chão da nave lateral da igreja, entre as capelas Paolina e Sforza, perto do altar de são Francisco.

O papa escolheu essa basílica, em vez da de São Pedro, por sua devoção a Maria. Foram cerca de cem visitas, desde a primeira, um dia depois de ter sido eleito papa, em 2013. Era a igreja em que ele ia antes e depois de cada viagem internacional e onde passou quando teve alta do hospital, no fim de março, depois de quase 40 dias de internação.

Antes de Francisco, outros sete papas foram sepultados ali, o último deles Clemente 9º, no século 17. Outra atração é a “Salus Populi Romani”, importante pintura de Maria, atribuída a são Lucas Evangelista.

Nesta semana, na frente da basílica, o rosário tem sido rezado à noite, em homenagem a Francisco. “É um lugar que transmite serenidade, onde o nosso papa poderá descansar em paz. Foi uma boa escolha, ligada à sua simplicidade”, disse Luisa Colandrea, 50, que já tinha passado pela basílica de São Pedro antes, para ver o corpo do papa.

No sábado, antes de ser enterrado, seu caixão será recebido por um grupo de pessoas na escadaria da basílica. No domingo, a basílica será reaberta ao público, que poderá visitar pela primeira vez o túmulo de Francisco.