Da Redação
Cinco policiais militares enfrentam nesta quinta-feira (24) um novo júri popular, em Goiânia, pelo assassinato de três adolescentes no Setor Jardim das Aroeiras, ocorrido em 2019. Inicialmente absolvidos pela 3ª Vara dos Crimes Dolosos Contra a Vida, os agentes voltam ao banco dos réus após decisão do Tribunal de Justiça de Goiás, que acatou um recurso pedindo a reavaliação do caso.
As vítimas, Pedro Henrique Souza Santos, Walisson Barros dos Santos e Maycon Ferreira Conceição da Silva, morreram durante uma ação do GIRO (Grupamento de Intervenção Rápida Ostensiva). Na ocasião, os PMs Ricardo Martins Vinhadelli, Pablo Andrade Corrêa, Willian Kennedy Palmier Capucho Leão, Paulo Henrique Borges e George Gomes de Souza participaram da operação que resultou nas mortes dos adolescentes.
O juiz Jesseir Coelho de Alcântara comanda o julgamento, no qual serão ouvidas as mesmas testemunhas da primeira audiência. Segundo ele, o caso precisa ser julgado pelo tribunal do júri, composto por cidadãos, por se tratar de um crime contra a vida.

Do lado de fora do tribunal, familiares das vítimas carregam faixas pedindo justiça e paz. A mãe de um dos adolescentes, Walisson, expressou esperança por um novo desfecho: “A expectativa é de justiça. A gente só quer justiça”.
Entenda o caso
No dia 25 de março de 2019, os policiais se deslocaram até a casa de uma das vítimas, onde suspeitavam estar um veículo envolvido em roubos. Segundo a denúncia, o grupo invadiu o local e disparou contra Pedro Henrique, que morreu no local. Walisson e Maycon tentaram fugir pulando para o lote vizinho, mas também foram alcançados e mortos.
Maycon foi atingido por nove disparos, enquanto Walisson levou três tiros. Posteriormente, um laudo pericial indicou que nenhuma das vítimas havia deixado impressões digitais no carro suspeito, o que colocou em xeque a versão de confronto apresentada pelos agentes.
O caso, marcado por controvérsias e protestos das famílias, será mais uma vez decidido pelo júri popular, com a expectativa de que a nova análise ofereça respostas mais justas para os envolvidos.