Um dia de trégua para o mercado financeiro marcou esta quarta-feira (23), impulsionado pela postura mais moderada do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. O alívio nas tensões políticas contribuiu para a valorização da bolsa brasileira e uma leve queda do dólar frente ao real.

O Ibovespa, principal índice da B3, fechou em alta de 1,34%, alcançando 132.216 pontos — o maior patamar em quase um mês. A movimentação seguiu a tendência de valorização vista em bolsas internacionais, especialmente nos Estados Unidos, onde o recuo no tom da Casa Branca trouxe mais confiança aos investidores.

Já no câmbio, o dólar comercial terminou o dia cotado a R$ 5,718, com leve recuo de 0,16%. Pela manhã, a moeda norte-americana chegou a cair até R$ 5,65, mas recuperou parte das perdas com a divulgação de indicadores econômicos mais fortes que o previsto nos EUA, especialmente no setor industrial.

Mesmo com a volatilidade, a cotação atual representa o menor valor desde 2 de abril. Em abril, o dólar ainda registra alta acumulada de 0,19%, mas no acumulado de 2025 já caiu 7,47%.

O otimismo dos investidores teve como pano de fundo declarações de Trump indicando que não pretende substituir Jerome Powell no comando do Federal Reserve, embora siga defendendo cortes nos juros norte-americanos. A sinalização de possível avanço nas negociações comerciais com a China também reforçou a sensação de alívio nos mercados globais.

Enquanto isso, o dólar teve comportamento misto no cenário internacional: valorizou-se frente a moedas de economias desenvolvidas, mas perdeu força frente a divisas de países emergentes, como o real. No entanto, a desaceleração da queda frente às moedas latino-americanas veio após os dados positivos da indústria dos EUA, que diminuem as chances de corte nos juros pelo Fed no curto prazo.