Da Redação

Na última terça-feira (23), líderes do Progressistas (PP) e do União Brasil selaram em Brasília uma aliança que promete mexer com o cenário político nacional: a criação de uma federação partidária unificando as duas siglas. O acordo fortalece a centro-direita e coloca o governador de Goiás, Ronaldo Caiado, em posição estratégica para a corrida presidencial de 2026.

A oficialização do novo bloco está prevista para ser anunciada em um evento na próxima terça-feira (29), às 15h, com participação dos principais dirigentes das duas legendas. Tudo indica que Caiado assumirá o comando da federação, consolidando sua liderança nacional e abrindo caminho para a sua pré-candidatura ao Planalto.

Estrutura unificada e meta ambiciosa

A nova federação será mais do que uma coligação temporária: os partidos compartilharão um único estatuto, agenda política e exigirão fidelidade entre seus membros até pelo menos 2028. O objetivo declarado é evitar divisões internas e ganhar musculatura para enfrentar o cenário eleitoral nacional.

Juntas, as siglas agora formam a maior bancada da Câmara dos Deputados, com 108 parlamentares, além de ocuparem a terceira colocação no Senado, com 13 cadeiras. A expectativa é que essa força parlamentar se traduza em tempo de TV, fundo partidário e presença robusta nas disputas estaduais e federais.

Caiado como rosto da nova direita

A movimentação também funciona como um empurrão estratégico na trajetória de Caiado rumo à Presidência. Além de ser cotado para presidir o novo bloco, o goiano aparece como nome de consenso entre os setores mais conservadores da federação, especialmente pelo seu alinhamento com o agronegócio, base evangélica e seu histórico de oposição ao governo Lula.

A viabilidade de sua candidatura, porém, dependerá de desempenho nas pesquisas: internamente, a meta é que Caiado alcance pelo menos 10% nas intenções de voto nos próximos meses. Com o apoio do PP, ele ganha mais capilaridade no Nordeste e reforça palanques no Centro-Oeste.

Repercussões e bastidores

A união foi costurada nos bastidores por nomes como Antônio Rueda (União Brasil) e Ciro Nogueira (PP), com apoio de aliados goianos. O prefeito de Goiânia, Sandro Mabel, participou das articulações, assim como o presidente do Detran-GO, Delegado Waldir, que comemorou o pacto como uma “virada de chave” para Goiás no cenário político nacional.

No entanto, ainda restam etapas legais a cumprir. O texto final do estatuto será submetido ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e precisa ser aprovado até maio. Enquanto isso, a nova federação já mexe com o equilíbrio entre os partidos da base conservadora. Siglas como PL, PSD e Republicanos acompanham o movimento com atenção e podem rever estratégias regionais.

Com os primeiros passos dados, o jogo de 2026 já começou — e Goiás, mais uma vez, entra como peça-chave no tabuleiro político do Brasil.